Título: Crescem as vendas de commodities para os EUA
Autor: Landim, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 17/05/2007, Brasil, p. A8

Apesar de perder espaço nos produtos de alta tecnologia, o Brasil aumentou sua participação no mercado dos Estados Unidos de 1% em 1999 para 1,4% em 2006, conforme estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A perda nos produtos hi-tech foi compensada pelo crescimento da vendas de commodities. No período, as exportações de produtos não-industriais quadruplicaram, saltando de US$ 1,1 bilhão para US$ 4,4 bilhões. A parcela desses itens na pauta exportadora brasileira para os EUA subiu de 9,9% para 17%.

A China também tomou espaço do Brasil no mercado americano de produtos de baixa tecnologia. A queda foi de 4,5 pontos percentuais entre 1999 e 2006, de 27% de participação na pauta exportadora do país para 22,5%.

Na União Européia, a fatia brasileira nas importações do bloco oscilou de 1,7% para 1,8%. Nesse caso, o Brasil também perdeu espaço em alta tecnologia e ganhou nas commodities, já tradicionais nas vendas para a UE. As exportações de produtos não-industriais para o bloco subiram de US$ 7,5 bilhões para US$ 7,9 bilhões no período, alta de 77%.

Segundo Carlos Cavalcanti, diretor-adjunto de comércio exterior da Fiesp, quanto maior a intensidade de tecnologia do produtor, maior a dificuldade dos empresários brasileiros de expandir as vendas para os Estados Unidos. Entre 1999 e 2006, as exportações do Brasil para os EUA, em valores absolutos, cresceu 300% em não-industriais, 168% em média-baixa tecnologia, 146% em média-alta tecnologia e apenas 11% em alta tecnologia.

Em seis anos, a China quase dobrou seu market share no mercado americano total, saindo de 8% em 1999 para 15,5% em 2006. Graças a esse desempenho, tornou-se o segundo maior parceiro dos EUA, com vendas de US$ 287,7 bilhões em 2006.

O Japão foi o país que mais perdeu participação no mercado americano total: 4,8 pontos percentuais. A fatia do país nas compras dos EUA caiu de 13% em 1999 para 8% em 2006. Países europeus também apresentaram perda de market-share no mesmo período. É o caso da Alemanha, de 5,4% para 4,8%, e da França, de 2,5% para 2%.

O Canadá, maior e mais tradicional parceiro dos EUA, perdeu 3 pontos percentuais, saindo de 19,4% em 1999 para 16,4% em 2006. O México manteve sua participação estagnada no mercado americano em 11%. (RL)