Título: BC conterá excessos, afirma Meirelles
Autor: Vieira, Catherine e Grabois, Ana Paula
Fonte: Valor Econômico, 16/05/2007, Finanças, p. C2

Embora não tenha uma meta de câmbio, o Banco Central se reserva o direito de intervir nesse mercado sempre que entender que há distorções ou excessos. Esta foi a mensagem passada pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, na tarde de ontem. Ele evitou tratar da queda das cotações em si, informando que o BC não comenta assuntos de maneira isolada, mas reafirmou que não há limites para a acumulação de reservas cambiais. "O BC não tem meta de câmbio, como têm enfatizado o presidente e o ministro da Fazenda, mas intervém sempre que achar que existem distorções de preço e visa também corrigir excessos", disse, antes de participar do XIX Fórum Nacional, na sede do BNDES.

"Em resumo, não permitiremos que ocorram excessos no mercado ou que as cotações se distanciem muito daquelas indicadas pelos fundamentos econômicos. O Banco Central, como outros no mundo, se mantém com esse direito e tem atuado sempre que necessário", complementou.

Meirelles afirmou que existe o objetivo de acumulação de reservas cambiais. "Na medida em que aumenta a resistência do país a choques e diminuiu o risco-país, o aumento das reservas contribui para melhorar o custo de captação do Brasil e das empresas brasileiras", comentou Meirelles.

O presidente do BC evitou falar do impacto que o dólar mais baixo pode ter na política monetária. "As decisões são baseadas em uma série de fatores relevantes, o câmbio é um deles", disse. Segundo Meirelles, o juro menor é "um desejo de todos", que já vem se concretizando.

Mais cedo, ao participar da posse do superintendente do ABN AMRO, Sérgio Murray, como presidente da Associação de Bancos do Estado do Rio de Janeiro (Aberj), Meirelles afirmou ainda que os resultados da economia como um todo mostram que as políticas do Banco Central vêm na direção correta.