Título: Brasileira Ouro Fino terá vacina contra febre aftosa
Autor: Bouças, Cibelle
Fonte: Valor Econômico, 16/05/2007, Agronegócios, p. B11

A empresa brasileira Ouro Fino, com unidades em Ribeirão Preto e Cravinhos (SP), decidiu concorrer no mercado de vacinas contra febre aftosa, hoje controlado exclusivamente por multinacionais (Bayer, Schering-Plough, Intervet, Merial, Pfizer e Vallée). A empresa fechou parceria com o Instituto Butantan para o desenvolvimento da vacina e constrói fábrica em Cravinhos.

O investimento total será de R$ 30 milhões, sendo R$ 16,5 milhões financiados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A unidade, já em fase de construção, terá capacidade para produzir 60 milhões de doses por ano e deve ser inaugurada em 2008. De acordo com o Sindicato da Indústria Nacional de Produtos para Saúde Animal (Sindan), as vendas de vacinas contra aftosa no Brasil devem aumentar 4% em 2007, para 395 milhões de doses.

No ano passado, a empresa instalou um centro de pesquisa de imunobiológicos veterinários, no Instituto Butantan, para oferecer melhor infra-estrutura aos pesquisadores no processo de desenvolvimento de produtos. "Produzir vacina contra aftosa é uma porta de entrada para a consolidação no segmento de produtos biológicos. Depois certamente vamos iniciar a produção de outros produtos a partir das pesquisas feitas com o Butantan", afirma Fábio Lopes, diretor financeiro da Ouro Fino.

A empresa atua há 20 anos na produção e venda de medicamentos e antiparasitários para bovinos de corte e leite, suínos, aves e animais de companhia e sementes forrageiras para alimentação animal. Neste ano, conforme Lopes, a empresa espera crescer entre 25% e 30% em receita, alcançando faturamento de R$ 190 milhões.

O crescimento, segundo o diretor, será impulsionado pelo lançamento de produtos e pelo aumento das exportações, cujo volume é mantido em sigilo. A Ouro Fino exporta para 30 países e tem filial no México. De acordo com Lopes, com a produção de vacinas contra aftosa, a Ouro Fino projeta crescimento de 40% no próximo ano.