Título: Colômbia e Tailândia estão entre potenciais fornecedores de etanol
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 18/05/2007, Caderno Especial, p. F8

Brasil, Colômbia, Tailândia, África do Sul, México, Guatemala e El Salvador são países com potencial para a produção e exportação de etanol. Já a Malásia e a Indonésia aparecem como eventuais fornecedores de biodiesel, de acordo com o estudo "EU and US Policies on Biofuels: Potential Impacts on Developing Countries" publicado em maio pelo German Marshall Fund dos EUA.

A Malásia, maior exportador mundial de óleo de palma (dendê), tem três usinas de biodiesel e dez em construção. O governo já concedeu licença para 32 unidades com uma capacidade potencial de produção de 3,3 bilhões de litros. O país produziu 200 milhões de litros de biodiesel em 2006 e sua produção está prevista em 1,7 bilhão de litros neste ano.

Na Indonésia, existem seis unidades produzindo 3,3 milhões de litros. Onze firmas estão construindo novas usinas ou expandindo as atuais. Se todos os projetos estiverem prontos no final deste ano, a capacidade de produção de biodiesel, em 2008, será de 3,5 bilhões de litros, a maior parte com óleo de palma.

A Colômbia tem o segundo programa mais avançado de biocombustíveis na América do Sul, depois do Brasil. No final de 2005, o governo tornou obrigatória a adição de 10% de etanol à gasolina em cidades com população acima de 500 mil habitantes. Em algumas regiões selecionadas, o governo colombiano obrigará uma mistura de 5% de biodiesel em 2008.

Atualmente, existem cinco usinas, no Vale do Cauca, produzindo açúcar ou etanol com capacidade para um milhão de litros por dia.

Na Tailândia, segundo maior exportador de açúcar depois do Brasil, o governo estabeleceu duas fases para o seu programa de etanol: entre 2004 e 2006, a construção de três novas unidades, a proibição de MTBE, oxigenador da gasolina, poluente, e a instituição de especificações técnicas para a mistura de 10% de biocombustíveis em veículos oficiais. Na segunda fase, entre 2007 e 2012, a meta de produção é de 1,1 bilhão de litros por ano (3 milhões de litros/dia), em 2011, e mistura obrigatória de etanol na proporção de 10% em 2012. A Tailândia tem excedente de 2 a 4 milhões de toneladas de mandioca e centenas de toneladas de melado, que podem ser convertidas em etanol.

Na África do Sul, a Força Tarefa em Biocombustíveis, em vigor desde o ano passado, propõe o uso de 4,5% de biocombustíveis em transportes rodoviários até 2013, com a adoção obrigatória de 8% de mistura de etanol e 2% de biodiesel. O país tem excedente em milho e açúcar que, se usados na fabricação de etanol, podem suprir mais de 5% da demanda de gasolina.

No México, não existe programa compulsório de mistura, e um estudo recente da Secretaria de Energia propõe a adoção gradual de etanol. Na primeira fase, entre 2007 e 2012, serão produzidos 412 milhões de litros de etanol por ano, principalmente com açúcar e melado. Em 2012, deve-se atingir uma mistura de 5,7% com a produção de etanol retirada de melado. Depois de 2012, o país deverá adotar mistura obrigatória de 10% de etanol à gasolina. Atualmente, não existem usinas comerciais de biodiesel no México. Apenas 49,2 milhões de litros de etanol foram produzidos em 2006. Embora as políticas de produção de biocombustíveis estejam em sua fase inicial, o país tem um grande potencial para desenvolver essa indústria, menciona o estudo do German Marshall Fund.

A Guatemala é o maior produtor de açúcar da América Central e um dos países com mais elevada produtividade - 97 toneladas por hectare. O país produziu 18,5 milhões de toneladas de açúcar em uma área de 190 mil hectares, em 2005. A Guatemala conta com apenas uma destilaria de álcool, que produziu, em 2006, 64 milhões de litros. Em 2003, o governo aprovou a Lei de Incentivos para o Desenvolvimento de Projetos em Energia Renovável.

El Salvador começou a promover o uso de biocombustíveis. Entre as novas medidas destacam-se créditos do governo com taxa de juros baixa para cobrir empréstimos bancários concedidos a projetos de energia renovável. Não há mistura obrigatória no país, mas um projeto de lei será debatido em breve no Congresso. A proposta prevê o estabelecimento de 8 a 10% de etanol à gasolina. Além disso, maquinária para a produção de etanol e outros equipamentos serão isentos de imposto de importação durante dois anos.

O país beneficia-se de tratamento tarifário preferencial nos EUA, pois faz parte da Iniciativa da Bacia do Caribe (CBI). (M.H.T.)