Título: Aneel autoriza alta de 7,62% na energia de Itaipu
Autor: Daniel Rittner e Leila Coimbra
Fonte: Valor Econômico, 28/12/2004, Brasil, p. A6

A energia vendida pela usina de Itaipu ficará 7,62% mais cara a partir deste sábado. A nova tarifa de repasse, que corresponde ao valor pago pelas distribuidoras cotistas para a aquisição da energia produzida pela hidrelétrica, será de US$ 19,2071 por quilowatt. Essa eletricidade é integralmente comercializada pela Eletrobrás. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) publicou ontem, no "Diário Oficial da União", uma resolução autorizando o reajuste. No cálculo da tarifa de repasse são considerados o custo unitário dos serviços de eletricidade da usina (US$ 18,73 por quilowatt), o custo da energia cedida ao Brasil pelo Paraguai (US$ 0,5829 por quilowatt) e o saldo da conta de comercialização da Eletrobrás (US$ 0,105839 por quilowatt). Em 2003, quando o conselho administrativo da usina de Itaipu estabeleceu o valor da sua tarifa para 2004, levou em consideração uma cotação média de R$ 3,30 por dólar para este ano. Como em nenhum momento o câmbio seguiu a projeção da direção da empresa, e o valor do dólar está em um patamar muito inferior ao esperado, a receita ao longo do ano foi menor do que a prevista. O presidente da usina de Itaipu, Jorge Samek, afirmou recentemente que, além disso, a empresa vem praticando desde 2002 as menores tarifas de sua história. O antigo patamar era entre US$ 19 e US$ 20 por quilowatt. No início de 2002 o governo decidiu reduzir a tarifa para US$ 15,97 por quilowatt. Segundo Samek, a tarifa atual, de US$ 17,85 por quilowatt tem como base um dólar equivalente a R$ 3,20. Itaipu necessita ainda de uma correção extra de 3,6% da dívida a ser paga, em dólar, decorrente da inflação dos Estados Unidos. Em duas décadas de operação, metade da dívida que será quitada até 2023 já foi paga. O pagamento totalizou US$ 25 bilhões relativos a empréstimos e juros. Outros US$ 20 bilhões serão quitados em parcelas anuais de US$ 1,5 bilhão.