Título: Fundação planeja ampliar atuação na graduação
Autor: Giardino, Andrea
Fonte: Valor Econômico, 28/05/2007, EU & Investimentos, p. D6
Controvérsias a parte, Carlos Ivan Simonsen Leal - sobrinho do falecido ex-ministro da Fazenda e professor da FGV, Mário Henrique Simonsen-, tem uma postura contundente ao se distanciar dessa briga interna. Prefere deixar claro que seu objetivo é continuar perpetuando a missão da fundação, baseada no "estímulo ao desenvolvimento nacional". "Fomos pioneiros ao criar os cursos de graduação e pós-graduação 'stricto sensu' em administração pública e privada na América Latina", lembra. "Queremos dar novos passos".
A FGV estuda a possibilidade de oferecer graduação em ciência política e matemática aplicada, seguindo os mesmos padrões de excelência das escolas de administração, economia e direito. Atualmente, a instituição aguarda autorização do MEC para abrir seu curso de história. Na área de pós-graduação, a aposta continua sendo ampliar a atuação em todo o território nacional.
A FGV Management (unidade responsável pelos programas de pós) está presente em mais de 80 cidades brasileiras - foi uma visão acertada na opinião de Leal. "Em 15 anos, formamos quase seis mil pessoas em Manaus. Fizemos isso na época em que nasceu o parque industrial e era preciso treinar pessoas para que o local entrasse na rota de investimentos", lembra.
Para atender a uma demanda de profissionais qualificados em várias cidades, a FGV começou a firmar convênios com instituições locais. "Atualmente, temos 35 instituições conveniadas, com programas, conteúdo e material didático da FGV", explica Clovis de Faro, diretor do Instituto de Desenvolvimento Educacional da Fundação (IDE). Boa parte do corpo docente, inclusive, sai das escolas do Rio e de São Paulo. "Levamos os professores para passar o conhecimento e a experiência que eles têm".
Além do mercado brasileiro, Faro conta que a FGV vem estruturando parceria com o governo de Angola para levar seus cursos de pós-graduação. Outra fonte de receita da FGV são as publicações. Cerca de 500 mil exemplares de livros adotados nos MBAs foram vendidos ao mercado. Em paralelo, a escola desenvolveu um programa voltado às faculdades de administração, o de certificação de qualidade. As interessadas passam por um processo de avaliação e recebem suporte acadêmico da FGV.
O ensino médio também está na mira da fundação. Segundo Leal, os planos, ainda embrionários, são de criar todo o conteúdo didático de livros para as escolas, com base em material de conceituadas instituições de ensino do exterior.
Com um faturamento de R$ 420 milhões em 2006, a FGV pretende expandir suas operações em São Paulo e também ocupar um novo prédio no Rio. Será perto da sede da instituição, na praia de Botafogo. Um edifício com quase oito mil metros quadrados. Nele, ficará a área administrativa e a de pesquisa. (A.G)