Título: Barcaça traz economia para a Vega do Sul
Autor: Cherem, Carlos Eduardo
Fonte: Valor Econômico, 28/05/2007, Caderno Especial, p. F6

Com investimentos da ordem de US$ 15 milhões em logística, a Arcelor Brasil está retirando 110 caminhões das estradas brasileiras, que fazem o transporte de bobinas a quente para o grupo. "A questão logística no Brasil precisa melhorar. As rodovias não são uma boa alternativa para o transporte de produtos siderúrgicos e a malha ferroviária nacional não atende à demanda das empresas. Assim, a CST acaba de implantar um terminal de barcaças no complexo portuário de Tubarão, em Vitória (ES), para o transporte marítimo de 1,1 milhão de toneladas anuais de bobinas a quente para a Vega do Sul", afirma o presidente da Arcelor Brasil e diretor de relações com investidores, José Armando de Figueiredo Campos.

José Armando explica que o transporte pelas barcaças oceânicas também vai gerar uma economia de 60% em relação ao modal rodoviário. "A estimativa, somente nesse projeto, é de que sejam geradas 640 mil toneladas de créditos de carbono nos próximos dez anos", afirma. Para o executivo, a questão ambiental e industrial não são antagônicas. "Pelo contrário, ao se integrar o sistema de gestão ambiental ao produtivo, é possível obter menores custos de produção", diz José Armando.

Quatro barcaças e dois rebocadores estão operando, por meio de cabotagem, o transporte das bobinas a quente, substituindo o transporte rodoviário por cerca de 1.170 quilômetros entre as cidades de Vitória, no Espírito Santo, e São Francisco, em Santa Catarina, movimentando em média 60 mil toneladas por mês do produto siderúrgico.

Segundo o presidente da Arcelor Brasil, o deslocamento da carga via transporte marítimo contribuirá para a redução das emissões de gases provenientes da queima de combustíveis dos caminhões de transporte, que deixarão de circular pelas estradas brasileiras, possibilitando à empresa obter certificados de crédito de carbono. Além deste projeto, a Arcelor Brasil desenvolve outros quatro relacionados ao crédito de carbono.

A estimativa da companhia é de que os cinco projetos representem uma receita em torno de 85 milhões de euros. "Nossa gestão ambiental avalia não apenas os riscos, a oportunidade e a legislação, como também assegura a melhoria contínua dos processos", explica José Armando.