Título: Receita do setor de construção com obras e serviços no exterior cresce 40%
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 24/05/2007, Brasil, p. A3

A indústria brasileira da construção faturou, em 2005, cerca de R$ 100 bilhões com serviços e obras, o que representa queda de 5,4% em relação ao resultado registrado no ano anterior. Em compensação, a receita obtida no exterior - ainda uma parcela pequena dos negócios - aumentou 40%. As obras e serviços executados fora do país renderam R$ 3,1 bilhões em 2005, quase R$ 1 bilhão acima do resultado verificado em 2005 (R$ 2,2 bilhões). Os dados foram levantados pela Pesquisa Anual da Indústria da Construção, realizada pelo IBGE .

O aumento do número de shopping centers em cidades de grande e médio porte brasileiras impulsionou o valor das construções de edifícios comerciais em 2005, revela a pesquisa. As edificações comerciais tiveram crescimento de 24% entre 2004 e 2005. Os shoppings passaram de 257 em 2004 para 346 em 2006, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce ).

O grupo de edificações industriais, comerciais e outras edificações não-residenciais subiu 2,9% em termos nominais em 2005 na comparação com 2004 e atingiu o valor de R$ 19,5 bilhões. A construção de galpões e edifícios industriais cresceu 2,3% no período, enquanto as plantas industriais aumentaram o valor em 3%.

Por outro lado, o valor das obras de infra-estrutura caiu 1% em 2005 em relação a 2004. O desempenho foi influenciado pelo resultado negativo de construção de usinas, estações e subestações hidrelétricas, termelétricas e nucleares (-26,2%). As barragens e represas para geração de energia elétrica tiveram decréscimo de 23,2%. Já as construções de oleodutos e gasodutos apresentaram queda de 17,2%. O valor das obras residenciais caiu 3,8% em relação a 2004.

Na comparação entre regiões, o Sudeste perdeu importância na construção civil do país entre 1996 e 2005. A participação da região no valor das construções realizadas no país caiu de 65,7% para 55,2% no período.

O espaço perdido pelo Sudeste foi preenchido por obras de todas as demais regiões. O Norte duplicou sua presença na construção civil tanto em valor de construções executadas quanto em pessoal ocupado. A região que detinha 3,3% do pessoal ocupado, em 1996, chegou a 6,6%, em 2005. Já nas construções executadas, chegou a 7,4% do total de construções, contra 3,2% em 1996.

Na região Centro-Oeste, a participação no valor das obras executadas saltou de 6,9%, em 1996, para 9,3%, em 2005. O Sul registrou crescimento de 0,9 ponto percentual, no valor das construções realizadas e em pessoal ocupado.