Título: Parte da expansão depende da Codesp
Autor: Rodrigues, José
Fonte: Valor Econômico, 23/05/2007, Empresas, p. B8

A Fundação Roberto Franco, desde janeiro de 2006, estuda o impacto ambiental da dragagem de aprofundamento do porto de Santos. De uma média atual de 12 a 14 metros, a profundidade passará para 15 metros, o que provocará um efeito multiplicador na atração de cargas que a Codesp estima em 30%. A estatal pretende realizar uma audiência pública em agosto para apresentar o projeto, cujo licenciamento caberá ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O orçamento de toda a dragagem é de R$ 80 milhões, dos quais R$ 35 milhões garantidos para este ano.

Essa é uma das lições de casa que o porto de Santos terá de fazer para enfrentar a enxurrada de mercadorias que devem transitar por ele nos próximos anos. Outra, é a construção de duas vias perimetrais, uma em cada margem. A perimetral do lado direito (localizada em Santos), orçada em R$ 58,1 milhões, já com um acréscimo, já teve início. A cargo da construtora OAS, a obra compreende nove quilômetros de intervenções, desde a Alemoa até a Ponta da Praia, e inclui demolições de antigos armazéns, construção de 600 metros de pistas, com 10 metro de largura. Haverá também o deslocamento de trilhos, que hoje dividem espaço com o sistema rodoviário.

As obras da margem esquerda estão em fase de estudos de impacto ambiental e licenciamento, aos cuidados da Arcades Tetraplan. O traçado foi aperfeiçoado e sofreu extensão de cerca de quatro quilômetros de pistas rodoviárias, para adequação às necessidades do porto e do município de Guarujá. O município convive com um intenso trânsito de veículos pesados.

Nos compromissos que ainda tem a cumprir, a administradora do porto está às voltas, há mais de 30 anos, com a remoção de três pedras e dos destroços de um navio. O barco Ais Giorgios afundou no estuário em 1974 após um incêndio. São obstáculos que põem em risco a navegação. A Hidrotopo Consultoria e Projetos faz a caracterização geológica e geotécnica das pedras, com conclusão prevista para este mês. Para a remoção do que sobrou do navio, há uma dotação de R$ 7,2 milhões, dos quais R$ 3,9 milhões para 2007. (JR)