Título: Petrobras não confirma pagamento de refinarias
Autor: Schüffner, Cláudia
Fonte: Valor Econômico, 12/06/2007, Brasil, p. A2

Até a noite de ontem, a Petrobras não confirmava a notícia de que a primeira parcela, de US$ 56 milhões, referente à venda de duas refinarias na Bolívia, havia sido paga. A notícia foi dada, ao meio-dia, pela Agência Boliviana de Informações (ABI). A Petrobras havia estabelecido prazo até ontem para que o pagamento fosse efetuado. À tarde, o porta-voz da presidência boliviana, Alex Contreras, informou que o pagamento havia sido adiado devido a "problemas administrativos", não identificados por ele. Ainda segundo Contreras, a transferência dos US$ 56 milhões seria concluída hoje.

Segundo apurou o Valor, o impasse impedindo de fato a assinatura do contrato de transferência das refinarias foi provocado por divergências relativas a aspectos legais com relação, por exemplo, a estoques e pendências judiciais futuras. As refinarias foram vendidas à estatal boliviana YPFB por US$ 112 milhões. O atraso no pagamento levou a diretoria da Petrobras naquele país a dizer que a proposta de venda iria "cair" se o pagamento não fosse feito até ontem, dia 11.

Em nota divulgada pelo Ministério de Hidrocarburos e depois na ABI, o governo da Bolívia informava o pagamento, somente ontem às 8h30 da manhã, de US$ 56 milhões, referentes à primeira parcela da compra das refinarias Guillermo Elder Bell e Gualberto Villarroel, vendidas pela Petrobras dia 10 de maio.

As duas plantas são controladas pela Petrobras Bolívia Refinación (PBR) e serão transferidas para uma nova empresa de controle da YPFB, que criou uma empresa especificamente para reunir esses ativos, a YPFB Refinación. A segunda parcela, que completará os US$ 112 milhões estabelecidos na venda, deve ser paga dentro de dois meses. A nova empresa será comandada pelo engenheiro Germán Monroy, que atualmente trabalha na gerência de engenharia da Petrobras Refinación (PBR), sem cargo executivo.

Junto com a assinatura do contrato, o pagamento dá início ao processo de transferência das ações da PBR para a estatal boliviana. Em seguida será convocada uma reunião de acionistas onde os atuais executivos serão destituídos para dar lugar aos nomeados bolivianos.

Caso não ocorram novos percalços, continuam previstas duas cerimônias marcando a transferência das refinarias, com a presença do presidente da Bolívia, Evo Morales.