Título: Secretaria de Mangabeira Unger deve mudar de nome
Autor: Lyra, Paulo de Tarso
Fonte: Valor Econômico, 12/06/2007, Política, p. A8

O professor de Harvard, Mangabeira Unger, deve tomar posse como ministro no fim desta semana. Embora ainda não oficialmente, está reservada para sexta-feira, dia 15, a data para que Mangabeira assuma a Secretaria criada, com status de Ministério, para planejar ações de longo prazo para o país, visando o Bicentenário da Independência, em 2022. Pelos corredores do Planalto, a única mudança prevista é o nome da nova Pasta: antes batizada de Secretaria de Ações de Longo Prazo e apelidada de Sealopra, Mangabeira deverá assumir a Secretaria Especial de Planejamento Estratégico.

Mangabeira resistiu às pressões para que desistisse da nomeação por conta de uma ação movida por ele contra a Brasil Telecom. Setores do PT e os fundos de pensão pressionaram o Planalto para reverter a indicação, reclamando da ligação de Mangabeira com o banqueiro Daniel Dantas. Mesmo assim, Lula manteve o professor de Harvard, para atender a um pedido do vice-presidente José Alencar. "Alencar jamais pediu nada ao presidente durante os quatro anos de governo. Lula ficou sem graça de recusar esse pedido", confirmou um assessor próximo do presidente. "Além do mais, o PRB (partido ao qual pertencem Alencar e Mangabeira) sonhava com uma musculatura política maior, mas acabou fracassando nas urnas. O estrago não é tão grande assim", completou um petista.

Se Mangabeira deve assumir essa semana, a indicação de Márcio Zimmermann para o Ministério de Minas e Energia não está consolidada. Lula deve jantar essa semana, possivelmente amanhã, com a bancada do PMDB no Senado. O encontro foi agendado antes da viagem de Lula para a Índia e Alemanha, durante encontro do líder do partido no Senado, Valdir Raupp (RO) e o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), afirmou que o nome de Zimmermmann ainda precisa ser "ratificado pelos senadores". Segundo ele, o encontro de Lula com os pemedebistas servirá para debater diversos assuntos políticos. Lembrou que o presidente tem mantido a rotina de conversar com os partidos aliados. Jucá não acredita que o caso Renan seja debatido no encontro. "Esse é um assunto que diz respeito exclusivamente ao Senado. Não há porque envolver o presidente nessa história", completou o líder governista.

O ex-governador do Acre, Jorge Viana, negou ontem que vá assumir o Ministério do Meio Ambiente, no lugar de Marina Silva. Segundo Viana, ele apóia incondicionalmente o trabalho de sua companheira de Estado e de partido, e que não há hipótese de ele vir a substituí-la na pasta. "Nós temos uma relação de cumplicidade, respeito e confiança mútua", assegurou.

As especulações surgiram por conta da fragilidade política de Marina, que vem sendo bombardeada pela demora na concessão do licenciamento para as Usinas do Rio Madeira. Viana, que viajou com Lula para Índia e Alemanha, garantiu que o convite foi feito por conta da amizade com o presidente Lula e não, "por interesse em cargos no governo".