Título: Custo de investimento menor pode ajudar montadoras
Autor: Olmos, Marli
Fonte: Valor Econômico, 13/06/2007, Brasil, p. A5

A possibilidade de contar com recursos do PIS e Cofins para investimentos em bens de capital foi bem recebida pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider. "No momento em que a indústria automobilística mundial escolhe países para investir no aumento de capacidade, este pode ser um fator favorável ao Brasil na concorrência com China, Índia e outros países", diz o executivo.

A indústria automobilística aguarda ainda, no entanto, um pacote de medidas específicas para o setor. Schneider lembra que o ministro Guido Mantega (Fazenda) se comprometeu a a analisar as reivindicações. O governo já determinou a criação de um grupo de trabalho, que inclui técnicos do BNDES, para avaliar as propostas das montadoras. O presidente da Anfavea não quis dar detalhes de como caminham as discussões do setor com o governo.

A indústria de autopeças é, na cadeia automotiva, a que mais precisa, atualmente, investir em bens de capital. Boa parte dos fornecedores de componentes precisa aplicar recursos em novas máquinas para poder acompanhar a demanda das montadoras. Até o mês de maio, o crescimento das vendas de veículos no mercado brasileiro registrou alta de 24%.

O presidente da Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, por sua vez, mantém a expectativa por novas medidas do governo. "Na sexta-feira, vou estar com Miguel Jorge (ministro do Desenvolvimento). Pretendo dizer que a manutenção no exterior de 100% das divisas originadas na exportação e a tributação de capital especulativo que entra no Brasil podem alterar a situação do câmbio", disse.

Segundo Barbato, "a desoneração de investimentos é coisa muito importante, mas repercute pouco no impacto da taxa de câmbio no setor. Não é com essa medida que vamos recuperar mercados perdidos. Aguardamos medidas mais pontuais sobre o câmbio."