Título: Governo discute modelo de comercialização
Autor: Rittner, Daniel
Fonte: Valor Econômico, 27/06/2007, Brasil, p. A5

Depois de aprovada a construção de Angra 3, agora o governo estuda de que forma os 1.309 megawatts (MW) de energia que serão produzidos serão comercializados. Atualmente, a energia produzidas pelas centrais nucleares de Angra 1 e Angra 2 é vendida em bloco para Furnas, que as repassa às distribuidoras que fazem parte do sistema elétrico interligado. Esse modelo permite que o preço se misture ao "mix" de energia de outras usinas de Furnas.

Para a terceira usina nuclear brasileira, uma das alternativas que está em análise é fazer um rateio da energia entre todas as distribuidoras do país, a exemplo do que ocorreu com a energia da hidrelétrica de Itaipu, que foi vendida em cotas definidas com base no percentual de consumo de energia de cada distribuidora estadual.

Ontem, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, explicou que esse rateio, na prática é um contrato de compra futura de energia (portanto um recebível), que poderá ser usado como garantia na obtenção de empréstimos para a construção da usina. O custo estimado para finalização da obra é de R$ 7,2 bilhões.

Tolmasquim também informou que ainda não está decidido se a usina de Angra 3 será controlada pela Eletronuclear, como ocorre com as usinas de Angra 1 e Angra 2, ou se pela Eletrobrás, que é a holding do sistema e controladora da própria Eletronuclear. (CS)