Título: Onda de ofertas de ações não é "bolha", diz Previ
Autor: Santos, Chico
Fonte: Valor Econômico, 15/06/2007, Empresas, p. B3

O forte movimento de aberturas de capital e ofertas de ações não é uma "bolha" e veio para ficar, resultado dos bons fundamentos da economia brasileira. Esta é a convicção de 77,3% dos 220 conselheiros da Previ (Caixa de Previdência dos funcionários do Banco do Brasil) presentes no encontro anual da instituição, que ocorre na Costa do Sauípe, Bahia. Com um patrimônio de R$ 106 bilhões, a Previ é o maior fundo de pensão do país e participa do controle de grandes companhias, como a Vale do Rio Doce, Brasil Telecom e Embraer.

"Vai continuar bombando", destaca o diretor de participações do fundo, Renato Chaves. Ele afirma que a expectativa de manutenção deve-se ao fluxo de investimentos, inclusive internacional, segundo apontaram os conselheiros na pesquisa eletrônica instantânea. A consulta foi feita durante o encontro.

Somente 10,9% dos participantes disseram que o movimento é uma bolha e que vai estourar. A Previ tem participação no conselho de 81 empresas. No total, são 308 conselheiros, deliberativos e fiscais, entre titulares e suplentes.

A pesquisa trouxe um outro dado relevante. Dos consultados, 19,4% responderem que as empresas em que atuam não possuem regras para evitar o uso de informações privilegiadas. Segundo Chaves, a recomendação da Previ aos seus representantes é que sugiram às empresas a adoção de "planos plano de negociação de ações" que tenham, inclusive, mais restrições do que a legislação específica. Na opinião do diretor, as empresas têm a obrigação de divulgar os nomes dos profissionais envolvidos em negociações importantes.

Os conselheiros apontaram na consulta que as companhias deveriam divulgar com maiores detalhes os pacotes de remuneração dos executivos e conselheiros, inclusive separando a verba fixa da variável. Eles apenas ressalvaram que as divulgações não podem ser individualizadas para preservar a privacidade e a segurança dos beneficiados.

O encontro dos conselheiros foi feito em meio a uma atmosfera de otimismo em relação ao futuro da economia brasileira, que nem mesmo a divulgação de dados do Produto Interno Bruto (PIB) menores do que o esperado arrefeceu. Em palestra sobre o cenário macroeconômico do país e do mundo, o presidente da MCM Consultores, Cláudio Adilson, previu crescimento de 4,4% este ano e de 4,9% em 2008.

O repórter viajou a convite da Previ