Título: Soja amplia escalada em Chicago
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Fonte: Valor Econômico, 19/06/2007, Agronegócios, p. B11

As cotações da soja voltaram a subir ontem na bolsa de Chicago, novamente impulsionadas, como na última sexta-feira, pela crescente preocupação com o déficit hídrico que insiste em afetar lavouras do Meio-Oeste americano.

Segundo cálculos do Valor Data, com a alta os preços seguiram no maior nível em três anos. Os contratos com vencimento em julho subiram 8 centavos de dólar por bushel e alcançaram US$ 8,5525, ao passo que os futuros para entrega em novembro encerraram a sessão a US$ 8,89, ganho de US$ 8,25 centavos de dólar por bushel.

Também como na sexta-feira, a valorização de Chicago voltou a influenciar o comportamento dos preços no mercado doméstico. Ontem, o indicador Cepea/Esalq para a saca de 60 quilos do grão negociada no Paraná subiu 0,58%, para R$ 31,18. Em julho, os ganhos acumulados chegam a 3,35%.

Boa parte da alta de ontem em Chicago foi definida pela expectativa dos traders locais de que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziria, em relatório sobre as condições das lavouras americanas que seria divulgado após o fechamento do mercado, o percentual de lavouras de soja em boas ou excelentes condições.

A reação dos preços ao relatório virá hoje, mas os números vieram dentro das expectativas. Conforme o USDA, 65% das plantações de soja dos EUA estão em boas (53%) ou excelentes (12%) condições, ante 67% na semana anterior e 71% no início do mês. Nesta mesma época do ano passado, a fatia era de 67%.

No caso do milho, o USDA apontou que 70% das plantações do país estão em boas (53%) ou excelentes (17%) condições, ante 77% há uma semana e 78% no início de julho. No mesmo período de 2006, quando era a produção da safra 2006/07 que estava em desenvolvimento, eram 68%. A piora foi maior do que a aguardada pelos operadores.

Em Chicago, o pregão "pré-relatório do USDA" reservou poucas emoções, e um modesto movimento de vendas especulativas determinou pequena quedas das cotações. Os papéis para julho caíram 3 centavos de dólar por bushel, para US$ 4,16, ao passo que setembro perdeu 2 centavos e fechou a US$ 4,24. No Brasil, o indicador Cepea/BM&F para a saca de 60 quilos acompanhou a tendência e caiu 0,03%, para R$ 19,86. No mês, a alta acumulada é de 0,95%.

Atraentes, as cotações seguem estimulando as exportações brasileiras. Segundo informou a consultoria Céleres, os embarques somaram 2,37 milhões de toneladas de janeiro a maio, ante 853,4 mil em igual intervalo de 2006. (Com agências internacionais)