Título: Empresários querem acordo rápido com Europa
Autor: Raquel Landim
Fonte: Valor Econômico, 14/01/2005, Brasil, p. A3

Empresários do Mercosul e da União Européia vão reunir-se no próximo dia 31, em Luxemburgo, para reafirmar às autoridades dos dois blocos que querem a conclusão do acordo de livre comércio birregional o mais rápido possível. Estudo do Fórum Empresarial Mercosul-UE estima que o custo total de oportunidades perdidas para as empresas nas duas regiões será de pelo menos US$ 3 bilhões, na ausência de acordo. O encontro anual do Fórum Empresarial foi marcado para o fim do mês para tentar trazer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estará um dia antes no Fórum Mundial de Economia, em Davos, nos Alpes suíços. Lula foi convidado pelos empresários e também pelo Grã-Ducado de Luxemburgo. O presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, irá ao encontro de Luxemburgo se Lula confirmar presença, o que até ontem não estava claro. Presidentes de grandes empresas, como Louis Schweitzer, da Renault, César Alierta, da Telefónica, além de Uriel Sharef, da Siemens, e Isael Castella, vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos, já confirmaram presença, para reiterar a importância de um acordo rapidamente. Pelo menos três comissários europeus estão confirmados: Peter Mandelson, do comércio, indicou aos organizadores que o fórum será uma boa ocasião para retomar o diálogo com o Mercosul. Benita Férreo Waldner, das relações exteriores, Viviane Reding, de sociedade da informação, também irão. O bloco sul-americano estará representado por ministros do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além de empresários como Roger Agnelli, da Vale do Rio Doce, e Roberto Teixeira da Costa, do Banco Sul América. As indicações de negociadores do Mercosul são de tentar completar as negociações birregionais após a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Isso porque as ofertas européias, de só liberalizar uma parte do comércio agrícola, através de cotas, vai contra o princípio do G-20, o grupo liderado pelo Brasil na negociação agrícola multilateral, e traria ganhos pouco significativos.