Título: Negociação com UE provoca discórdia
Autor: Raquel Landim
Fonte: Valor Econômico, 14/01/2005, Brasil, p. A3

Brasil e Argentina tem posições divergentes para 15% dos produtos negociados com a União Européia. Nas discussões da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), esse percentual chega a 36%, revela estudo elaborado pela equipe de economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI). As diferentes posições dos dois países nas negociações comerciais são um dos principais motivos de insatisfação do empresariado brasileiro com o Mercosul. Alguns setores acreditam que a Argentina está impedindo o Brasil de fechar acordos bilaterais com os países ricos. A diferença entre o percentual de divergências na Alca e com com a UE é explicada pelos estágios das negociações. Com os europeus, já foram realizadas várias rodadas de negociação quase chegando a reta final, enquanto a Alca permaneceu parada. Os setores nos quais existem o maior número de divergências são coincidentes nas duas negociações: bens de capital, eletroeletrônicos, químicos, siderúrgicos, têxteis e agroindústria. No caso da UE, onde as negociações estão mais avançadas, as maiores dificuldades estão em siderurgia, cerâmica, madeira, bens de capital e eletroeletrônicos. O setor automotivo também provoca muito debate entre Brasil e Argentina, mas a diferença de posição aparece no volume da cota a ser oferecida aos europeus e não em relação ao período que levará para as tarifas serem totalmente eliminadas. (RL)