Título: Ex-ministro assume Planejamento de S. Paulo
Autor: Cristiane Agostine
Fonte: Valor Econômico, 14/01/2005, Política, p. A5

O pai da Lei de Responsabilidade Fiscal, Martus Tavares, assume a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do governo de São Paulo, em fevereiro. No lugar de Andrea Calabi, que pediu demissão do cargo alegando motivos pessoais, o novo secretário cuidará dos R$ 7,5 bilhões previstos para as parcerias público privadas (PPPs), responsáveis por financiar as obras da vitrine de Geraldo Alckmin (PSDB) para 2006. A indicação de Martus agrada à ala tucana ligada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ao prefeito de São Paulo, José Serra. Ex-ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão durante o governo FHC entre 1999 e 2002, Martus foi um dos principais responsáveis pela elaboração e implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Depois de uma tentativa frustrada de concorrer nas eleições de 2002 no Ceará, Martus desligou-se do governo federal para ocupar uma diretoria executiva do BID. Alckmin planeja aumentar os recursos para as obras que serão vitrines de sua gestão na disputa eleitoral em 2006 e o novo secretário deverá tocar estes investimentos. "Martus tem experiência no financiamento de investimentos, conhece muito bem as PPPs", disse Calabi. O governo estima que as PPPs alavanquem R$ 7,5 bilhões, durante a execução do plano plurianual 2004-2007. O governo estadual pretende viabilizar as obras, como o Rodoanel, o Ferroanel, a linha 4 do Metrô (Vila Sônia/Luz) e a duplicação da rodovia SP 270, por meio de PPPs. Alckmin começou dia 5 a reforma no secretariado, quando o ex-prefeito de São José dos Campos, Emanuel Fernandes, assumiu a pasta de Habitação. Nos bastidores do governo estadual é prevista a mudança dos secretários de Emprego, Desenvolvimento Social e Esportes, além da criação da secretaria de Turismo - desmembrada de Ciência e Tecnologia. A reforma visa a ampliar a participação do PFL, PPS, PDT e PV para conquistar aliados do para 2006. Já para este ano, o aumento da participação de outros partidos no governo pode facilitar também a eleição do presidente da Assembléia Legislativa.