Título: AES Sul planeja investimento de US$ 65 milhões para este ano
Autor: Claudia Schüffner, Leila Coimbra e Henrique Gomes
Fonte: Valor Econômico, 14/01/2005, Empresas &, p. B5

O alongamento para até 2012 de uma dívida de US$ 265 milhões que venceria em 2004 e 2005 garantiu fôlego para a AES Sul, distribuidora de energia que opera em 118 municípios do Rio Grande do Sul, programar um volume de investimentos de R$ 65 milhões neste ano. O montante supera em 30,2% os aportes do exercício passado, que já haviam sido 9,2% superiores a 2003. Conforme o presidente Eduardo Bernini, a expansão no investimentos é uma resposta ao crescimento da demanda na área de atuação, que inclui a região metropolitana de Porto Alegre, o centro e o oeste do Estado. Em 2004, o consumo de energia aumentou cerca de 5% sobre 2003, quando a empresa havia apurado receita líquida de R$ 1,1 bilhão, e para 2005 a AES Sul prevê um novo incremento da ordem de 3,6%, disse o diretor comercial Pedro Schmidt. Desde a privatização parcial dos serviços de distribuição de energia no Rio Grande do Sul, em 1998, até agora, a AES Sul investiu R$ 421 milhões, lembrou Bernini. Dos recursos programados para 2005, R$ 51,6 milhões são para a área de distribuição e o restante para linhas de transmissão, equipamentos e infra-estrutura para a empresa. Os US$ 265 milhões renegociados em junho de 2004 são devidos pela AES Guaíba Caymann, controladora da distribuidora gaúcha. Do débito total, 60% venceriam em 2004 e 40% este ano, mas com a reestruturação eles seguirão agora um cronograma de pagamentos até 2012, explicou o diretor financeiro Alexandre Innecco. Em fevereiro do ano passado a AES Sul também estendeu para o período 2005 a 2008 o pagamento de R$ 203 milhões referentes a duas séries de debêntures que venceriam em 2004, lembrou Innecco. Neste ano, a parcela de juros sobre os títulos é de R$ 8 milhões e, no total, o serviço da dívida que terá de ser suportado pela empresa em 2005 é de R$ 40 milhões, ante R$ 45 milhões em 2004, explicou o executivo. Conforme Bernini, as renegociações concluídas em 2004 adequaram os compromissos à capacidade de geração de caixa da empresa, sem colocar em risco a prestação dos serviços aos consumidores. As reestruturações também eram uma das condições para incorporar a distribuidora gaúcha à Brasiliana Energia.