Título: Resultado fraco eleva o tom das críticas
Autor: Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 19/01/2005, Brasil, p. A4

Sempre apresentando números espetaculares em seus balanços, a Petrobras, maior empresa brasileira e da América do Sul teve fraco desempenho em sua produção de petróleo e líquido de gás natural (LGN) em 2004, tendo encerrado o mês de dezembro com redução de 3% em relação ao ano anterior, fato que não ocorria desde 1990. Esse fraco resultado aumentou o tom das críticas, ainda que veladas, à gestão do geólogo Guilherme Estrella, na diretoria de Exploração e Produção da estatal. A diretoria é considerada a mais importante e recebe a maior fatia dos investimentos da companhia. Em 2004 a produção média de petróleo da Petrobras ficou em 1,49 milhão de barris por dia, diante de 1,54 milhão de barris/dia em 2003. Em dezembro a produção nacional diária de óleo e gás estava em 1,8 milhão de barris de óleo equivalente (BOE), 3,7% mais do que no mês anterior e 2,8% acima de dezembro de 2003, e para 2005 a empresa espera elevar sua produção média diária para 1,7 milhão de barris. Entre os principais responsáveis pelo recuo da produção em 2004 está o atraso do início da entrega das plataformas P-43 (que só em dezembro começou a ser conectada ao campo de Barracuda), P-48, destinada ao campo de Caratinga e P-50, para Albacora Leste. As duas primeiras têm capacidade de produzir 150 mil barris/dia, cada, enquanto a P-50 pode chegar a 180 mil. Como conseqüência, as importações subiram 57% no ano passado, invertendo um padrão de redução do déficit comercial da balança de petróleo e derivados. A produção ao longo de 2005 deve aumentar de forma gradual até o fim do ano. A Petrobras espera que a P-48 entre em operação no primeiro trimestre, o que vai ser agregado ao aumento gradual da produção da P-43. A Petrobras esperar iniciar a operação da P-50 no segundo semestre e da P-34 (que vai produzir 60 mil barris/dia no campo de Jubarte) até o fim do ano. Segundo a estatal, entre 2004 e 2005 sete novas plataformas terão entrado em operação, permitindo elevar em 640 mil barris/dia sua produção quando todas estiverem funcionando à plena carga. Daí a expectativa da própria estatal de fechar este ano com aumento médio da produção de 207 mil barris/dia, na média, apesar de estar aumentando sua capacidade produtiva em 640 mil barris/dia. (CS)