Título: Até o fim de 2008, Bradesco vai substituir 50 mil PCs
Autor: Rosa, João Luiz e Borges, André
Fonte: Valor Econômico, 27/12/2006, Empresas, p. B2

Não será fácil, para a indústria de tecnologia da informação, repetir em 2007 o desempenho deste ano, pelo simples fato de que a base de comparação será muito maior. A julgar pelos planos de investimento de empresas como o banco Bradesco, porém, existe uma grande chance de que os negócios continuarão em ritmo acelerado no país.

A partir de janeiro, o Bradesco começa a trocar metade de todos os seus computadores. Serão substituídas 50 mil máquinas até fim de 2008, num processo de atualização de R$ 140 milhões. Também será renovado o parque de impressoras, que hoje soma 20 mil equipamentos. "Vamos injetar R$ 10 milhões em novas impressoras multifuncionais", diz Laércio Albino Cezar, vice-presidente executivo do Bradesco. "Ao final do processo, nosso parque de impressão deverá cair para 13 mil máquinas."

O banco também vai investir em componentes de rede. Todos os dispositivos usados para orientar o tráfego de dados entre as agências - os switches - serão substituídos por produtos novos, uma iniciativa que consumirá mais R$ 60 milhões.

O curioso é que, enquanto a maior parte das empresas tem feito movimentos de terceirização de infra-estrutura - passando a alugar os equipamentos de informática, em vez de comprá-los - o banco insiste em manter o parque de tecnologia sob sua responsabilidade direta.

"O processamento para nós é fundamental. Os equipamentos e os sistemas do banco carregam informações vitais; ali está toda a história do banco. Por isso, devem ser próprios", justifica Cezar. Neste ano, o orçamento total de tecnologia do Bradesco ultrapassou a cifra de R$ 1,5 bilhão. "Imagina quanto custa um banco de dados de conta corrente, por exemplo. Não temos segurança de entregar isso para terceiros."

Dono de seus equipamentos, o Bradesco trabalha, paralelamente, na construção de um novo centro de dados, em Osasco, na Grande São Paulo. A construção do prédio de 10 mil metros quadrados teve início em julho e será concluída em abril de 2007. O local abrigará os mainframes (computadores de grande porte), entre outras centenas de equipamentos, num projeto avaliado em R$ 130 milhões. "Hoje, o data center fica no prédio onde estão outras áreas do banco. Agora, ganharemos uma área própria para a tecnologia, zero quilômetro", diz Cezar.

A migração de equipamentos e sistemas, que terá início em maio do ano que vem, deverá ser concluída apenas no fim de 2008. No novo centro de dados, o Bradesco poderá monitorar todos os equipamentos que possui em tempo real. "Se uma bateria apresentar problema, conseguiremos identificar na hora", diz o executivo. Apenas em seu centro de dados, existem 1,2 mil baterias em funcionamento.

Batizado de Centro Tecnológico da Informação, o local foi projetado para atender padrões máximos de segurança. Embora toda a construção seja térrea, parte do data center ficará abaixo do nível do solo. São medidas que, segundo Cesar, atendem ao nível 4 de segurança do Up Time Institute, o mais alto critério internacional na área de segurança da informação.

A construção de um novo espaço para gerenciar operações de informática faz parte do "Projeto TI Melhorias", iniciativa criada em 2003 que estabelece um cronograma de atividades a serem cumpridas até 2009. O centro de dados é apenas uma das 28 ações do programa, cujo orçamento próprio é de R$ 1,5 bilhão. (AB)