Título: Vale programa investir US$ 3,3 bilhões neste ano
Autor: Vera Saavedra Durão
Fonte: Valor Econômico, 19/01/2005, Brasil, p. A5

A Companhia Vale do Rio Doce vai investir US$ 3,33 bilhões neste ano, ou 83,8% a mais que o US$ 1,95 bilhão do ano passado. Desse total, conforme orçamento aprovado pelo conselho de administração da companhia, US$ 2,59 bilhões serão destinados a investimentos em crescimento orgânico, baseado em projetos no país e no exterior, sendo US$ 375 destinados a pesquisa e desenvolvimento. Mais US$ 736 milhões serão alocados para negócios já existentes. O valor não contempla recursos para aquisições. Neste ano, a Vale vai abrir escritórios na Venezuela e na Austrália. A Vale, cujo valor de mercado já saltou de US$ 8,7 bilhões em 2001 para US$ 31,9 bilhões em 2004, passando da sétima para a quarta posição no ranking da indústria global de mineração e metais, vem se consolidando como a maior das Américas. O investimento previsto para este ano, como afirma nota distribuída pela companhia, é coerente com a preservação de um balanço saudável e a manutenção de uma política de dividendos que satisfaça os acionistas. Entre 2001 e 2004, a mineradora investiu US$ 6,38 bilhões e distribuiu US$ 3,12 bilhões em dividendos. Os investimentos da Vale em pequisa e desenvolvimento são acompanhados por um programa de exploração mineral de abrangência global e diversificado. O portfólio de produtos é amplo e destaca carvão, cobre, ouro, níquel, manganês, potássio, e metais do grupo da platina. Cerca de 40% dos gastos para investimento deverão ser concretizados no exterior, com destaque para Moçambique, Argentina, Gabão, Angola, Mongólia, Chile e Peru. Além desses países, a empresa tem atividades ou escritórios também na África do Sul e pretende ingressar na Austrália e na Venezuela (onde desenvolverá negócios com carvão). Entre os projetos que serão desenvolvidos estão as ampliações de produção de minério de ferro. Entre 2001 e 2004, a produção do minério cresceu 57%, ou 76 milhões de toneladas, com a Vale liderando mundialmente esse mercado. Em 2005, serão implantados cinco novos projetos no sistema Sul, e haverá aumento de capacidade de produção em Carajás, com mais 76 milhões de toneladas/ano de capacidade. A companhia vai ingressar na produção de carvão por meio de joint-ventures com empresas chinesas e pelo desenvolvimento das minas de Moçambique, nas quais vai investir US$ 34 milhões. A partir de 2009, a Vale estima estar produzindo 14 milhões de toneladas/ano de carvão. No Brasil, os principais planos são o novo projeto de cobre de 118 e o de níquel, chamado Vermelho.