Título: "Academia" forma e recupera mão-de-obra sucateada
Autor: Ribeiro, Ivo
Fonte: Valor Econômico, 14/12/2006, Empresas, p. B8

Além de investir para se modernizar, crescer e ganhar escala, as concessionárias que herdaram as ferrovias da RFFSA tiveram que aplicar recursos na formação de mão-de-obra, que também acabou sucateada como milhares de vagões, trilhos e locomotivas. A MRS Logística não foge a essa regra no setor e acabou montando sua "Academia MRS".

"Atualmente, estamos formando 50 maquinistas a cada quatro meses", relata Julio Fontana Neto, presidente da empresa, que acaba de contratar 200 pessoas para essa função. A "Academia" está estruturada em quatro frentes. Uma delas é a escola para formação de operadores ferroviários, um projeto realizado em convênios com o Senai.

Com duração de um ano, a primeira turma do curso de especialista em engenharia ferroviária, realizado em parceria com o Instituto Militar de Engenharia (IME), formou-se agora em dezembro. "Cada grupo, no final, trabalha sobre um problema identificado na empresa e propõe uma solução", diz. Para alta gerência, em todas as áreas de atuação, a concessionária oferece um MBA (Master Business Administration), com enfoque em gestão. O curso é ministrado pela Fundação Dom Cabral.

A empresa também investe, todo ano, em seu programa de trainees. A quinta turma, em 2005, teve seis mil candidatos para 30 vagas. Os escolhidos ficam um ano e meio na empresa e recebem conhecimentos em todas as áreas de operações - da administração ao comando de locomotivas. "Temos um alto índice de retenção desses profissionais", garante.

Essa formação, ressalta o executivo, torna-se mais imprescindível para o plano de expansão da MRS.