Título: White Martins investirá US$ 150 milhões
Autor: Santos, Chico
Fonte: Valor Econômico, 11/12/2006, Empresas, p. B7

A White Martins, empresa que detém cerca de 60% do mercado brasileiro de gases industriais, está fechando o ano de 2006 com a maior carteira de projetos de construção de unidades de gás dentro de fábricas dos clientes na América do Sul da sua história. São 12 em construção, para entrega em 2007, sendo seis no Brasil, com investimentos que somam aproximadamente US$ 150 milhões. A White Martins é controlada pelo grupo americano Praxair.

O presidente da empresa, Domingos Bulus, disse que 2006 foi um ano de plantar e que ele espera colher os frutos em 2007. Apesar disso, ele tem a expectativa de que o faturamento na América do Sul cresça 15% sobre o de 2005, que foi de US$ 1,06 bilhão. Bulus avalia que nos próximos anos o mercado estará mais aquecido, decorrência da perspectiva de crescimento maior da economia brasileira, desde que haja investimentos em infra-estrutura. As maiores esperanças estão nos setores de siderurgia, papel e celulose e petroquímico.

As seis unidades que a White Martins está construindo no Brasil são na Aços Finos Piratini (grupo Gerdau, no Rio Grande do Sul), na Companhia Siderúrgica de Tubarão, na Bahia Sul (grupo Suzano), na Açominas (Gerdau), na planta de PET da italiana M&G, em Pernambuco e na Mineração São Bento, em Santa Bárbara (MG).

Fora do Brasil estão sendo construídas uma unidade no Uruguai, na fábrica de celulose do grupo finlandês Botnia; uma no Peru, para o grupo Votorantim; duas na Colômbia (Gerdau e Ecopetrol) e duas na Venezuela (pólo petroquímico de José e outra na siderúrgica Sidor). A operação da White Martins na América do Sul representa é a maior do grupo Praxair fora dos Estados Unidos, com 15% do faturamento total. O Brasil representa 80% do mercado sul-americano.

Além do mercado de gases industriais, que representa 90% da sua operação brasileira, a White Martins vem expandindo sua atuação no mercado de gás natural.

Apesar da crise de oferta vivida pelo segmento no país, Bulus já projeta para daqui a dois anos a duplicação da unidade de liquefação de gás natural inaugurada este ano em Paulínia (SP), em parceria com a Petrobras (Gás Local). A unidade processa 320 mil metros cúbicos/dia de gás que, no processo de liquefação, é comprimido 600 vezes seu volume original para viabilizar economicamente o transporte para locais que não são servidos por gasodutos.

O executivo diz que a quantidade processada é tão pequena (a unidade processa pouco mais de 1% dos 30 milhões de metros cúbicos/dia do gasoduto Bolívia-Brasil) em relação aos benefícios levados às áreas atendidas que ele aposta na continuidade da expansão.