Título: Petrobras sugere alternativas, mas rejeita arcar com custos
Autor: Schüffner, Cláudia
Fonte: Valor Econômico, 29/11/2006, Brasil, p. A5

O diretor da área de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse ao Valor que a companhia entregou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) proposta que prevê alternativas de suprimento de gás além do contratado para consumo termelétrico "desde que a companhia não tenha prejuízos adicionais".

"Nós já perdemos R$ 650 milhões este ano com gás que compro a preço boliviano e vendo a preço do Programa Prioritário de Termeletricidade para as térmicas Norte Fluminense, Juiz de Fora, Termopernambuco e Termofortaleza", disse ele, repetindo que essas são as únicas usinas com contrato.

"Eu rejeito a idéia de que a Petrobras, sem ter contrato de venda e nem receita, tenha que garantir o fornecimento de gás gratuitamente, custeando capital e outros encargos para garantir combustível sem contrato. Não existe sistema que funcione com base em contribuição gratuita e onerosa, causando prejuízo a um grupo de agentes para beneficiar consumidores livres e comercializadores descobertos e sem contratos de médio e longo prazos", disse Sauer.

Para diminuir seus prejuízos, a Petrobras propõe duas medidas à Aneel. A primeira é o reajuste do preço da energia (CVU) das usinas da companhia, com base nos custos marginais do gás. Na prática, a idéia é cobrar pela energia gerada nas térmicas um preço equivalente ao do combustível que substituir o gás. Por exemplo, se a Petrobras substituir gás por nafta em uma de suas refinarias, ele seria enviado para geração elétrica, mas tendo o preço dessa energia baseado no custo da nafta que o substituiu.

Em segundo lugar, sugere a contratação de capacidade de reserva de algumas térmicas próprias, de modo a remunerar os custos permitindo ainda que o sistema tenha uma geração reserva (back up).