Título: País vai precisar de mais cinco refinarias
Autor: Rittner, Daniel
Fonte: Valor Econômico, 23/11/2006, Brasil, p. A5

O país terá que construir mais cinco refinarias para atender à demanda de energia até 2030. A construção está prevista no "Plano Nacional de Energia - 2030 - Estratégia para a expansão da oferta", apresentado ontem pela Empresa de Pesquisa energética (EPE) em conjunto com o Ministério de Minas e Energia.

A primeira refinaria, com capacidade de 250 mil barris/dia, deverá estar pronta até 2016. Entre 2020 e 2025 entrarão em funcionamento outras duas destinadas à produção de óleo diesel, com capacidade de 250 mil barris/dia. E até 2025 serão outras duas plantas de gasolina e óleo diesel, também com capacidade de 250 mil barris/dia cada uma. A quinta refinaria será uma petroquímica, que processará 150 mil barris/dia.

O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, informou que estas refinarias deverão ser instaladas além das duas já previstas, uma no Nordeste e outra em Itaboraí (RJ). As duas já constam do Plano Decenal de Energia. Ainda não foram definidos os locais de construção das demais. Para elaborar o estudo, a EPE considerou que até 2020 a produção de petróleo no país será superior ao consumo. Após esta data, os dois (demanda e produção) deverão empatar em 3 milhões de barris/dia.

Este ano, o país alcançou a auto-suficiência na produção do petróleo, que está em torno de 2 milhões de barris/dia. Dependendo da política adotada pelo governo, após 2020 o Brasil poderá voltar a ter necessidade de importar petróleo.

Para atender ao consumo interno e das termelétricas até 2030 o Brasil terá que importar 124 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural, segundo estimativas do Plano Nacional de Energia - 2030. Serão mais 70 milhões de metros cúbicos/dia além da importação prevista até 2015 - 30 milhões metros cúbicos/dia da Bolívia e 20 milhões de metros cúbicos/dia de GNL (gás natural liquefeito).

Até 2015, o plano prevê a construção de uma unidade de processamento de gás com capacidade de 15 milhões de metros cúbicos/dia. Deverão ainda ser implantadas mais três unidades de processamento com capacidade de 25 milhões de m³/dia - duas até 2020 e outra antes de 2025.