Título: Modelo próprio não dispensa alinhamento
Autor: Rosemblum, Célia
Fonte: Valor Econômico, 21/11/2006, Empresas, p. B2

Embora tenha desenvolvido um modelo próprio, muitas das práticas da Nestlé estão alinhadas com os manuais da responsabilidade social que se propõem a adequar a gestão empresarial às expectativas e necessidades das diferentes partes interessadas no negócio, conhecidas como "stakeholders". A empresa faz parte do Global Compact, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) para promover no mundo empresarial o respeito aos direitos humanos, ao trabalho, ao meio ambiente e o combate à corrupção.

A adesão às metas do milênio, outro programa da ONU que pretende conjugar esforços para, até 2015 erradicar a miséria, universalizar o acesso à educação básica, reduzir a mortalidade infantil e promover a igualdade entre sexos, entre outras de um total de oito propostas, resultou no apoio da Nestlé a 120 iniciativas, em todo o mundo, que estão alinhadas com esses objetivos.

A política de recursos humanos da companhia procura contemplar a diversidade: as mulheres representam 29% dos funcionários e 24% das promoções. Apenas na América Latina, no ano passado, foram contabilizados 115 mil dias de treinamento, algo como três dias de formação por funcionário.

O investimento na cadeia de fornecedores - só os produtores rurais somam mais de 285 mil em todo o mundo - abrange desde estímulos à melhoria da qualidade, com apoio técnico de universidades, ao financiamento de equipamentos.

Programas sociais da empresa, como o Nutrir, para prevenir a desnutrição de crianças e jovens em situação econômica desfavorável, e o Viagem Nestlé pela Literatura, para formação de leitores proficientes, ambos desenvolvidos no Brasil, mostram fôlego. O projeto de nutrição completou oito anos com 666 mil crianças atendidas em aproximadamente 2,4 mil escolas e instituições sociais. O programa de incentivo à leitura contabiliza desde 1999 cerca de 1,5 milhão de alunos beneficiados.

Nos quesitos ambientais, os resultados são palpáveis. O balanço social, com dados verificados como os demais da empresa, mostra, no Brasil, uma redução do consumo de água por tonelada de produto de 8,76 metros cúbicos em 2004 para 6,45 m³em 2005. No mesmo período, o uso de energia elétrica caiu 3,24% e as emissões de gás carbônico, óxido nítrico e CFC foram reduzidas em 14,36%. A recuperação/reciclagem de resíduos sólidos passou de 84,92% em 2004 para 89,74% em 2005. (CR)