Título: "O meu caminho é o PSDB", diz Aécio
Autor: Agostine, Cristiane
Fonte: Valor Econômico, 17/11/2006, Política, p. A9

O governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves, engrossou o coro da cúpula tucana de que o PSDB precisa ser refundado e descartou uma possível migração para o PMDB. Aécio reforçou ser claro contra a reeleição e considera mais adequado um mandato de cinco anos.

Em entrevista à rádio CBN, ontem, o governador mineiro disse sentir-se honrado com os convites feitos por outras legendas, mas pretende continuar no ninho tucano. "O meu caminho é o PSDB", afirmou. E não deixou de defender a nacionalização da legenda e a construção de um partido com força política nacional.

Seguindo a tese de refundação do partido, pregada pelo presidente de honra da legenda, Fernando Henrique Cardoso, Aécio defendeu que seu partido procure suas raízes e aproxime-se das bases sociais, das lutas sindicais e do meio acadêmico, setores dos quais os tucanos se distanciaram desde o fim do governo FHC.

O dirigente tucano defendeu que o PSDB busque para si as honras das políticas bem sucedidas no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso elas tenham começado sob o comando de Fernando Henrique. "Temos que resgatar a paternidade em relação à estabilidade econômica do país, o maior beneficio que a sociedade brasileira teve nas últimas décadas", afirmou. "Tem que defender com vigor os benefícios que a privatização de determinados setores da vida nacional trouxe para as pessoas, como no caso da telefonia e não devemos estar envergonhados em defender. Ao contrário."

No balanço pós-eleitoral, Aécio disse ainda não compreender como o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, teve resultados tão ruins nos Estados - "tivemos Estados com 14%, 15% de votos"- e que a legenda deve fazer um diagnóstico sobre sua aceitação entre os eleitores. "Você apóia, você faz campanha, mas não faz mágica".

Quando questionado sobre sua possível candidatura à Presidência, em 2010, afirmou que acredita em uma indicação caso haja "uma grande dose de naturalidade". "Isso não existe ainda ", acrescentou.