Título: BB amplia em 83% o crédito à importação, para US$ 4 bi
Autor: Bautzer, Tatiana
Fonte: Valor Econômico, 17/11/2006, Finanças, p. C3

O Banco do Brasil, líder no financiamento a comércio exterior, aumentou em 83% a concessão de crédito para importadores neste ano. O excesso de liquidez e forte queda dos custos das linhas resultaram no aumento do volume de operações para importadores, explicou o diretor de comércio exterior do BB, Nilo Panazzolo. Entre janeiro e outubro, o BB gerou US$ 4 bilhões em crédito para importadores. "O crescimento foi bem maior que os 25% de alta na importação física". A participação do financiamento à importação na carteira de comércio exterior do Banco do Brasil já representa 25%. O BB é líder de mercado em comércio exterior, com 30% do total.

"O custo está muito atrativo para os importadores, há uma sobreoferta, está sobrando linha no mercado", diz o diretor do BB. Os importadores, que tradicionalmente pagavam mais que os exportadores por seu risco mais alto (não têm receitas em dólar para cobrir o endividamento externo), hoje têm acesso a linhas aos mesmos custos baixíssimos oferecidos aos exportadores. Segundo Panazzolo, linhas de até um ano custam entre Libor (taxa interbancária de Londres) mais 0,15 ponto percentual a 0,25 ponto. "É o menor custo da história no crédito a importadores", afirma.

Panazzolo diz que os baixos custos e a expectativa de variação cambial muito baixa tornam competitivos os financiamentos à importação até mesmo para compra de máquinas e equipamentos e não apenas matéria-prima. O custo da Libor de um ano está em 5,5%. "Se a variação cambial continuar pequena, essas linhas são competitivas até com financiamentos do BNDES", diz o diretor do BB, lembrando que os prazos estão aumentando. O Banco do Brasil tem grande penetração empresarial por sua grande rede de agências. Do total de 24 mil importadores e 21 mil importadores, 90% são clientes.

O Banco do Brasil vê com naturalidade o início da operações em comércio exterior da Caixa Econômica Federal. "Quanto mais concorrência e oferta no mercado melhor", diz o diretor do BB. A CEF recebeu autorização para operar no segmento em setembro deste ano e ainda está montando a estratégia na área- a instituição tem 4 mil clientes empresariais.