Título: Interino assume o Banco do Brasil
Autor: Lyra, Paulo de Tarso e Ribeiro, Alex
Fonte: Valor Econômico, 12/12/2006, Finanças, p. C1

Antonio Francisco de Lima Neto assumirá interinamente a presidência do Banco do Brasil. O nome do atual vice-presidente de Varejo e Distribuição foi anunciado ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante visita do presidente Lula à instituição. Lima Neto substitui Rossano Maranhão, que vai para a iniciativa privada.

Rossano fica no cargo até a sexta. A permanência ou não de Lima Neto à frente do BB será confirmada nas próximas semanas, junto com os demais integrantes do primeiro escalão do governo. O nome de Lima Neto foi sugerido por Rossano. Ele próprio havia sido interino do BB por cinco meses antes de ser confirmado no cargo. "Ter um presidente interino no BB não é o melhor dos mundos, porque decisões estratégicas acabam adiadas", avalia uma fonte do banco.

Funcionário de carreira do Banco do Brasil, Lima Neto entrou na instituição em 1979, como menor aprendiz. Subiu no BB junto com Rossano - foi vice-presidente de Negócios Internacionais e Atacado do BB entre os anos de 2004 e 2005. Foi também diretor-gerente da BB Leasing S.A, conselheiro da BB Securities LTD e diretor regional da Associação Brasileira das Empresas de Leasing.

O novo homem forte do Banco do Brasil também atuou como superintendente estadual em Tocantins, superintendente regional em Belo Horizonte e membro do Conselho Deliberativo do Sebrae Nacional. Cearense de Fortaleza, 41 anos, Lima Neto graduou-se em Ciências Econômicas e possui MBA em Formação Geral e Marketing.

"Minha carreira sempre foi técnica, não sou filiado a nenhum partido político. Meu objetivo é dar continuidade ao trabalho de Rossano Maranhão, aliando o crescimento do banco às políticas públicas", afirmou. Para a vaga de Lima Neto, o indicado é Aldemir Bendini, secretário-executivo do Conselho Consultivo do Banco do Brasil.

Maranhão não quis adiantar qual será seu destino. Declarou que, assim que sua exoneração for publicada no "Diário Oficial", passará uma semana com as filhas, descansando.

Negou estar deixando o cargo por conta dos desgastes políticos - o mais recente, o envolvimento do ex-diretor de Gestão de Riscos, Expedito Veloso, com o escândalo do dossiê contra tucanos. O BB já havia sido acusado de participação no escândalo do mensalão. "Saí do cargo porque considero ter completado um ciclo. Prestei contas desse período hoje (ontem) ao presidente Lula, ao ministro da Fazenda e ao Conselho de Administração do Banco", disse.

Maranhão afirmou estar muito contente por passar o cargo para um funcionário de carreira do Banco do Brasil, que começou como estagiário. E completou: "eu tenho a convicção de que Lima Neto está à altura de enfrentar as tarefas e os desafios do BB", elogiou o ex-presidente da Instituição.

A atual diretoria do Banco do Brasil almoçou ontem com o presidente Lula e o ministro Guido Mantega na sede do Banco, em Brasília. Antes do almoço, Rossano Maranhão fez um balanço do BB nos últimos quatro anos. Mantega elogiou a instituição financeira, especialmente em relação à disponibilização de crédito no país. "Houve um trabalho intenso para ampliar o crédito pessoal, para pessoa jurídica, financiamento de veículos, habitação, comércio exterior e agricultura", enumerou o ministro. Além do atual e do futuro presidente do BB, Lula reuniu-se com o Conselho Diretor do Banco, composto por 22 diretores e sete vice-presidentes.