Título: Fundações estão próximas dos R$ 400 bi
Autor: Travaglini, Fernando
Fonte: Valor Econômico, 25/06/2007, Finanças, p. C5

Aproveitando as boas rentabilidades da renda variável e dos títulos públicos de longo prazo, os fundos de pensão fecharam o mês de abril com R$ 395,7 bilhões em ativos, com crescimento de 5,6% no ano em relação ao patamar de dezembro de 2006 (R$ 374,7 bilhões).

O forte rendimento deve levar a novo recorde de superávit, acredita o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Previdência Complementar (Abrapp), Fernando Pimentel. "Esse ano será melhor do que o ano passado, quando os fundos registraram superávit de R$ 26,5 bilhões", diz Pimentel.

A rentabilidade média nos últimos doze meses chegou a 1,62% mensal ou 21,3% no acumulado do período. Boa parte dos retornos vem da renda variável, com remuneração de 33% em um ano, superando inclusive o índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa médio, que subiu 22,7% no mesmo período.

Outra parte importante dos rendimentos vieram dos títulos públicos de longo prazo atrelados à variação da inflação, como as NTN-B de 40 anos, que acumulam variação de 26% em 2007. Nos quatro primeiros meses do ano, o CDI variou 4%.

Os ativos alocados em títulos subiu 18% neste ano, para R$ 52 bilhões. Já a parcela em ações passou para R$ 77,6 bilhões, com avanço de 5%. Os fundos de pensão deverão pagar aposentadorias e pensões na casa dos R$ 5 bilhões neste ano para mais de 2,6 milhões de pessoas.

Uma das possibilidades de crescimento está nos fundos instituídos de previdência associativa, que congregam diversas entidades numa mesma fundação, explica Pimentel.

Os ativos dessa classe ainda são pequenos, pouco mais de R$ 100 milhões, mas as entidades como Ordem dos Advogados do Brasil, Fecomércio e outros já agregam mais de 100 mil participantes, segundo dados da Secretaria de Previdência Complementar (SPC). São mais de 30 planos já aprovados de quase 200 instituidores diferentes.

Segundo o advogado Ernesto Tzirulnik, a diluição de custos e a possibilidade de redução em tributos fazem desses fundos a forma mais adequada de gestão de um plano de pensão para pequenas empresas. "O fundo é atrativo para o pequeno empresário, que não tem condições de montar, sozinho, uma entidade fechada, nem quer perder o foco de seu próprio negócio", diz.