Título: Brasil tem 51% das "blue chips" da AL
Autor: Adachi, Vanessa e Balarin, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 06/07/2007, Empresas, p. B3

Não é só por conta da onda de aberturas de capital que o mercado de ações brasileiro vem consolidando a liderança isolada entre os países da América Latina. As grandes companhias, as chamadas "blue chips" locais ganharam musculatura nos últimos anos. Enquanto em julho de 2002, a mexicana Telmex reinava no posto de companhia de maior valor de mercado da região, agora perdeu o posto para a Petrobras, que lidera o ranking seguida pela também mexicana América Móvil e pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).

Entre as dez maiores blue chips da América Latina, segundo levantamento apresentado pela área de pesquisa do Santander, estão ainda outras quatro empresas brasileiras: Itaú, Bradesco, AmBev e Banco do Brasil.

Segundo Cristian Moreno, chefe de pesquisa para América Latina do Santander Nova York, o número de blue chips na região era de 54 em 2002 e pulou para 203 em julho de 2007.

O Brasil continua sendo o destaque e responde por 51% desse total, seguido pelo México, que tem 27%. Os dados levam em conta que blue chips são companhias com valor de mercado acima de US$ 50 bilhões.

Os setores que concentram o maior número de companhias com esse status são os de mineração, telecomunicação e petróleo, que juntos têm 66% das blue chips da América Latina.

Mas não são apenas as companhias brasileiras que estão no chamado "top 10" que são dignas de nota, na avaliação de Moreno. Para ele, os bancos brasileiros, como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil constituem o que ele chama de grupo dos "gigantes locais".

E há ainda as companhias que se destacam por terem construído grandes marcas globais, como é o caso da Embraer. "É um caso muito impressionante, uma companhia que é a terceira na produção de aviões comerciais do mundo, um negócio que exige engenharia e tecnologia, e que é brasileira", ressaltou.

O grande desafio das companhias brasileiras e latino-americanas, porém, na visão dele, é deixar de lado o caráter regional e buscar uma atuação maior, seja regional, na América Latina ou até global. "Há exceções, mas olhando o quadro como um todo, o que predomina ainda é atuação mais local das companhias", conclui Moreno (CV)