Título: BRDE eleva empréstimos a R$ 404 mi
Autor: Bueno, Sérgio
Fonte: Valor Econômico, 05/07/2007, Finanças, p. C5

Puxada pelas indústrias de alimentos e pelo setor agropecuário, o volume de contratações de novos financiamentos pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) cresceu 31,9% de janeiro a maio em comparação com o mesmo intervalo do ano passado nos três Estados da região Sul.

O montante alcançou R$ 404 milhões e sinaliza uma alta de 20% no acumulado de 2007, para R$ 1,2 bilhão, disse o vice-presidente e diretor de operações da instituição, Francisco Turra.

O BRDE é uma autarquia interestadual com capital dividido entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e opera com repasse de linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), especialmente para pequenas e médias empresas.

A maior parte das operações do banco é de até R$ 2 milhões, explicou Turra. A carteira de crédito soma R$ 3,5 bilhões e os ativos totais alcançam R$ 4,6 bilhões, enquanto o patrimônio líquido está em R$ 871 milhões.

Nos cinco primeiros meses do ano, as contratações de financiamentos para a indústria avançaram 69,8%, para um total de R$ 160,3 milhões. Os empreendimentos agropecuários tomaram R$ 137,7 milhões em recursos, com alta de 34,9% no período, enquanto os setores de infra-estrutura, comércio e serviços somaram R$ 106 milhões, com expansão de 3,6%.

"A demanda cresceu principalmente a partir do fim de abril devido ao bom desempenho do agronegócio na região Sul", explicou o vice-presidente. O crescimento das operações com a indústria também está associado à expansão do setor primário, enquanto na área de comércio e serviços o destaque é para segmentos como saúde, educação, alimentação e hotelaria. Conforme Turra, os níveis de inadimplência enfrentados pelo BRDE, considerando-se os atrasos superiores a 180 dias, vêm se mantendo na faixa de 3% a 3,5% nos últimos anos.

Entre os três Estados, o Rio Grande do Sul foi o que fechou o maior volume de novas contratações até maio. Foram R$ 165,3 milhões, sendo 35% na agropecuária. O Paraná contratou R$ 143,6 milhões e Santa Catarina, R$ 95,1 milhões. A agência paranaense do banco, porém, tem maior participação sobre a carteira de crédito total, com R$ 1,3 bilhão, R$ 100 milhões a mais do que no Rio Grande do Sul.