Título: Banda larga deu novo impulso ao setor
Autor: Moreira, Talita
Fonte: Valor Econômico, 28/06/2007, Empresas, p. B3

As fusões e aquisições que estão pipocando entre as empresas de TV paga eram impensáveis poucos anos atrás, quando o setor era o patinho feio das telecomunicações.

Enquanto a telefonia fixa e, principalmente, a móvel cresciam acima do que a Anatel havia previsto na época da privatização, o mercado de TV ficava estacionado.

O jogo virou, por diversos motivos. Um deles, apontado por executivos do setor, foi a reestruturação financeira da Net, concluída em 2005. A operadora, controlada pela Globo, renegociou sua dívida e recebeu uma injeção de recursos com a entrada da Telmex em sua estrutura acionária.

Outro fator importante foi o aquecimento da demanda por conexões de banda larga. As operadoras passaram a concorrer com as teles e hoje têm na internet rápida a área de negócios que mais cresce. A banda larga ajudou, inclusive, a reativar as vendas de pacotes de TV. As ofertas combinadas de vídeos, internet e, em alguns casos, voz têm despertado queixas entre as empresas de telefonia.

Para completar, o recente interesse das teles no mercado de vídeos tem valorizado ainda mais o passe dessas companhias. No ano passado, a Oi (ex-Telemar) fez proposta para adquirir a WayTV, de Belo Horizonte e a Telefônica apresentou oferta para obter participação na TVA.

Com vida nova, o setor voltou a crescer. O faturamento das empresas de TV por assinatura deverá ultrapassar os R$ 7 bilhões neste ano, afirmou ontem o diretor-executivo da ABTA, Alexandre Annenberg. A estimativa - "conservadora", segundo ele, - considera um crescimento em linha com o registrado em 2006, de 18% na receita com assinaturas (R$ 5,5 bilhões) e de 42% em publicidade publicidade (R$ 530 milhões).

Em número de clientes, a ABTA acredita que os domicílios atendidos pelas operadoras chegarão a 5 milhões no fim do ano, o que representará expansão de 9,75%.

Algumas empresas têm projeções mais otimistas. A TV Cidade espera aumentar em 15% a base de assinantes de TV, frente aos 90 mil registrados no fim do ano passado, e dobrar a base de 30 mil clientes de banda larga. A nova administração da empresa, que assumiu os cargos em fevereiro, planeja lançar um serviço de telefonia. "A TV vai ser complementar, e não mais o carro-chefe das empresas", disse o presidente, Ricardo Miranda.

Numa entrevista à imprensa anteontem, o presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista, disse que a empresa está crescendo entre 30% e 40% acima das taxas do mercado neste ano, quando deverá alcançar faturamento superior a US$ 1 bilhão. (*Do Valor Online)