Título: Lula reclama de críticas ao etanol do país
Autor: Lyra, Paulo de Tarso
Fonte: Valor Econômico, 10/07/2007, Brasil, p. A5

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou ontem os países ricos de pretenderem formar "um cartel para tentar impedir o Brasil de transformar-se em uma grande nação". A acusação foi feita durante o programa semanal de rádio "Café com o Presidente" e foi uma reação ao noticiário negativo sobre o etanol brasileiro na Europa. Lula disse que os "adversários" tentam "levantar todo e qualquer tipo de calúnia contra a qualidade do etanol, contra a qualidade do biodiesel".

Segundo apurou o Valor, o presidente está convicto de que o noticiário europeu, que acusou o etanol de devastar áreas da Amazônia e valer-se de trabalho escravo, está influenciado pelo lobby das grandes empresas petrolíferas. O presidente criticou ainda, no seu programa de rádio, a intenção das nações desenvolvidas de cobrar taxas elevadas de importação para o combustível brasileiro.

A chanceler alemã, Angela Merkel, telefonou ontem para o presidente para expressar "otimismo" quanto ao prosseguimento das negociações da Rodada Doha. Merkel propôs que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participe, no próximo dia 16, de um encontro com negociadores europeus. Segundo o porta-voz da presidência, Marcelo Baumbach, Lula aceitou a sugestão.

O presidente reclamou, no programa de rádio, da postura do governo americano e da União Européia nas negociações da OMC. Lula, segundo o porta-voz, avisou à chanceler alemã que "a boa vontade das partes não tem se traduzido em resultados concretos porque os números das propostas não têm correspondido à realidade".