Título: Braskem quer incorporar Polialden
Autor: Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 18/01/2005, Empresas &, p. B6

O presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, tem como meta em 2005 incorporar 100% da Polialden Petroquímica à companhia, encerrando processo judicial com os minoritários da empresa, que já dura mais de uma década. A Polialden é a única, de um total de seis empresas, que falta para a integração total da segunda com a primeira geração petroquímica do pólo de Camaçari, na Bahia. Para isso, o que está faltando é a migração de 36,3% do capital total da companhia pertencentes aos minoritários, com destaque para o fundo Fator Cinergia de Investimentos, administrado pelo banco Fator, que detém 34% dessa participação. O fundo Fator Cinergia de Investimento continua com pendência judicial contra a Braskem, devendo recorrer junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), conforme fonte ligada ao fundo, por conta de ter perdido ação judicial que tramitava junto ao Tribunal de Justiça da Bahia, na qual reivindicava o pagamento de dividendo mínimo da Polialden e não fixo, como a empresa tem pago. O dividendo fixo não participa dos lucros remanescentes da empresa. Como o fundo do Fator tem mais de 50% das ações que estão no mercado (34% de 36,3% do capital total da Polialden), a Braskem estuda uma modelagem que lhe permita fazer uma oferta para todos os acionistas da empresa que ainda não migraram para sua ação. Além do fundo do Fator, outros acionistas da Refiat e outras pessoas física seriam o alvo dessa operação. Atualmente, a Braskem já detém 100% do capital votante da Polialden e ampliou de 56,3% para 63,7% a participação no capital total da empresa, por conta de um grupo de acionistas que decidiu optar por aceitar uma oferta de migração para papéis da Braskem, com base numa relação de troca de uma ação da Polialden por 10,55 ações preferenciais classe A da Braskem. Essa operação foi fechada em dezembro, envolvendo acionistas de fundos nacionais e estrangeiros administrados pelo banco Pactual, como o FIA Raspag, Fia Eventos Corporativos e o estrangeiro SPK Investments Corporation. A operação de permuta de ações foi feita fora da bolsa por autorização especial do colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Braskem não sabe se manterá a mesma relação de troca de ações (uma ação da Polialden por 10,55 das preferenciais tipo A da Braskem) na nova operação que está preparando para absorver de vez a Polialden. Tem que ser levado em conta nesse caso, como destaca Grubisich, o fato de o fundo Fator ainda ter ação judicial e estar recorrendo da decisão do Tribunal de Justiça da Bahia em instância superior. Fonte ligada ao fundo do banco Fator disse que está aberta a propostas. Tudo depende da oferta. A idéia é recorrer da decisão do tribunal baiano junto ao STJ, mas, se houver um acordo, será melhor para todos.