Título: ArcelorMittal conclui investimento na antiga CST
Autor: Góes, Francisco
Fonte: Valor Econômico, 24/07/2007, Empresas, p. B7

Com atraso de cerca de sete meses em relação ao cronograma original, entrou em operação, no domingo, o terceiro alto-forno da ArcelorMittal Tubarão (antiga CST). O equipamento é uma peça-chave no projeto de expansão da siderúrgica capixaba, que demandou investimentos da empresa de US$ 1 bilhão para aumentar a capacidade de produção de 5 milhões para 7,5 milhões de toneladas de aço por ano a partir de 2007.

José Armando de Figueiredo Campos, presidente da ArcelorMittal Brasil, previu que a produção irá crescer até atingir a capacidade nominal de 7,5 milhões de toneladas ano em seis meses. "Mas vamos fazer todo o possível para antecipar ao máximo esse prazo." Campos acredita que até dezembro a empresa estaria produzindo a plena capacidade.

O novo alto forno tem capacidade de produzir 2,8 milhões de toneladas de ferro gusa por ano. As obras civis da unidade ficaram a cargo da Andrade Gutierrez, parceira do consórcio Siemens-VAI-Paul Wurth-Ferrostaal. Campos afirmou que o projeto de crescimento da siderúrgica compreende, além do alto-forno 3, a expansão de outras unidades, incluindo um terceiro convertedor na aciaria, uma segunda unidade desgaseificação a vácuo do aço e uma terceira máquina de lingotamento contínuo, entre outros.

A Sol Coqueria Tubarão, empresa criada para implantar uma unidade com capacidade de produzir 1,55 milhão de toneladas de coque metalúrgico por ano, exigiu investimentos de mais US$ 500 milhões. O montante inclui uma central termelétrica de 170 megawatts (MW). Os sócios da Sol Coqueria são a CST com 62%, a Belgo, outras das empresas da ArcelorMittal Brasil, com 37%, e a Sun Coke Energy, com 1%. Por contrato a Sun Coke pode elevar a participação no negócio em até 20%. O prazo final para esta opção termina em setembro, mas Campos disse que não há novidades sobre o assunto.

Segundo ele, a conclusão do projeto de expansão da antiga CST estava previsto, inicialmente, para o segundo semestre de 2006. Greves na construção civil do Espírito Santo e chuvas levaram a empresa a rever o cronograma para iniciar a operação da expansão em 1º de março de 2007. Mas dificuldades de compatibilização entre os softwares envolvidos na operação da nova máquina de lingotamento contínuo, a última a ficar pronta, levaram o alto-forno a ser acendido só no sábado. O "start-up" do equipamento foi no domingo.

Campos não informou qual será a produção da ArcelorMittal Tubarão, empresa que também preside, em 2007. Informou que a produção de bobinas a quente (laminados) ficará em 2,8 milhões de toneladas. "Todo o acréscimo de produção será de placas voltadas para a exportação." Ele reafirmou que a empresa investirá US$ 80 milhões para ampliar de 2,8 milhões para 4 milhões de toneladas por ano a capacidade do laminador de tiras a quente a partir de 2009. Hoje o equipamento produz 40% acima de sua capacidade nominal, que é de 2 milhões de toneladas anuais.

Em 2008, a empresa estará produzindo 7,5 milhões de toneladas de aço, das quais 2,8 milhões de toneladas serão de laminados. Em 2009, a produção de laminados subirá para 4 milhões de toneladas/ano, das quais 3 milhões devem abastecer a Vega do Sul, da ArcelorMittal Brasil, e o mercado doméstico. Os outros 1 milhão de toneladas de bobinas serão exportados. O restante da produção, de 3,5 milhões de toneladas, serão semi-acabados (placas).