Título: Chuva fecha pista e provoca novos cancelamentos
Autor: Campassi, Roberta e Adachi, Vanessa
Fonte: Valor Econômico, 25/07/2007, Brasil, p. A4

O uso do aeroporto de Congonhas, na capital paulista, continuou restrito ontem por conta do mau tempo. A pista auxiliar, única em operação desde o acidente com o avião da TAM no dia 17, esteve fechada durante grande parte do dia, contribuindo para o acúmulo de vôos cancelados. No fim da manhã, ela foi interditada por quase três horas, e voltou a ser fechada das 15h22 às 17h, sendo liberada apenas para pousos. Na segunda-feira, mesmo com a pista liberada pela Infraero, as empresas aéreas decidiram não usá-la, por a considerarem insegura.

Até as 19h30 de ontem, 114 das 236 partidas programadas foram canceladas em Congonhas. Dos vôos que deveriam pousar no aeroporto, 71 foram desviados para Guarulhos e 5 para Campinas (Viracopos). Havia também 29 vôos atrasados em mais de uma hora. A utilização pelas grandes empresas foi mínima. Para tentar normalizar a situação, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pediu a suspensão da venda de bilhetes para recolocar os passageiros que tiveram viagens canceladas nos últimos dois dias.

Ainda não há dia certo para a liberação da pista principal, mas a expectativa da Infraero é que ela possa voltar a ser utilizada a partir de amanhã, mesmo assim, apenas em dias secos. Para a continuidade das obras de recuperação da pista, a Infraero informa que o consórcio OAS Engenharia e Galvão Construtora será mantido.

A TAM e a Gol chegaram a utilizar poucas vezes a pista auxiliar de Congonhas ontem, mas as empresas não souberam precisar quantos vôos decolaram ou pousaram no aeroporto. Até às 13h, a TAM havia cancelado 71 vôos que usariam Congonhas e direcionado 22 para outros aeroportos.

Pela Gol, foram abortados 58 vôos em todo o país e 11 que iriam a Congonhas foram alterados para Guarulhos (8), Campinas (2) e Rio de Janeiro (1). A Varig, que teve 32 vôos cancelados até às 19h30 de ontem, desviou todos os vôos que pousariam em Congonhas.

Técnicos da Defesa Civil e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) fizeram ontem uma vistoria técnica na alça de acesso ao aeroporto para as avenidas Washington Luiz e Bandeirantes, onde houve desmoronamento de terra segunda-feira. Durante o acidente no dia 17, o Airbus A320 da TAM quebrou uma canaleta para escoamento de água, o que causou infiltração de água no terreno.