Título: Viracopos e Tom Jobim estão à espera de passageiros
Autor: Landim, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 26/07/2007, Especial, p. A14

Os aeroportos de Viracopos, em Campinas, e Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, possuem capacidade ociosa para receber, de imediato, tanto vôos de conexão como vôos diretos domésticos ou internacionais. As duas grandes companhias de aviação - TAM e Gol - já operam nos dois aeroportos. Por isso, o rearranjo da malha aérea do país pode ser feito com poucos investimentos na infra-estrutura dos dois terminais, avaliam seus superintendentes. Os pedidos para novos pontos de check-in ou de espaços para as aeronaves, contudo, ainda não chegaram.

O aeroporto internacional Antonio Carlos Jobim, antigo Galeão, tem capacidade para mais 200 vôos por dia, sem necessidade de obras de ampliação, de acordo com o superintendente regional da Infraero, Pedro Azambuja. Segundo ele, o aeroporto opera atualmente com ociosidade de 40%, índice que deverá cair para cerca de 30% este ano, em razão dos Jogos Pan-Americanos.

O executivo informou que não foi procurado pelas empresas aéreas para negociar novos horários de pousos e decolagens no aeroporto, o que acarretaria num aumento do número de guichês a serem operados pelas companhias. A TAM já estuda levar seus novos vôos internacionais para o Galeão.

A Gol ocupa hoje praticamente todos os guichês do terminal um do Galeão. Azambuja lembra, no entanto, que o aeroporto ainda possui uma série de espaços vazios que pertenciam anteriormente à Transbrasil, à Vasp e à Varig. "Apesar das duas maiores empresas do país já operarem no Galeão, ainda não possuem base de tripulantes no Rio. Seria importante, principalmente num cenário de aumento de demanda. Com a instalação dessas bases, as companhias teriam vantagem operacional", afirmou o superintendente.

Azambuja ressaltou ainda que as duas pistas do aeroporto, uma de 4.200 metros (a maior do país) e outra de 3.200 metros, têm capacidade para receber aeronaves de todos os portes, inclusive o Airbus A380, maior avião hoje em construção, que deve entrar em operação até o fim deste ano.

Segundo o superintendente da Infraero da Região Sudeste, Edgar Brandão, o aeroporto de Viracopos, na cidade de Campinas, poderá receber novos vôos assim que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinar o remanejamento da malha. "Já fizemos o que tínhamos que fazer, e há capacidade de ampliar em cinco vezes o número de passageiros atendidos hoje", diz Brandão.

De acordo com o levantamento técnico da Infraero até 4 milhões de passageiros podem ser atendidos ao ano em Viracopos considerando o uso do aeroporto por 24 horas, explica o superintendente. Se considerar apenas os horários de pico, esse número cai para 2 milhões. No ano passado, apenas 826 mil pessoas passaram pelo aeroporto. Tirando as conexões, foram 174 mil.

Segundo ele, a conversa com as empresas aéreas é constante, já que as maiores já trabalham no aeroporto. "Os ajustes na infra-estrutura deverão ser pequenos para receber novos vôos, e as empresas sempre fazem avaliações técnicas de como aumentar suas instalações, até porque elas já sabiam que estávamos investindo", diz ele. A sala de embarque passa por uma reestruturação que deve ampliar seu espaço em 160%. Ontem, os passageiros levaram um susto: uma parte do revestimento do teto do saguão de desembarque desabou a menos de quatro metros de uma fileira de cadeiras. Ninguém ficou ferido.

Quanto à necessidade de contratação de pessoal, o superintendente explica que só dará para dimensionar quanto a Infraero deverá investir quando tiverem certeza de qual será a nova oferta de vôos em Viracopos. Mesmo o serviço de ônibus que leva os passageiros do terminal ao avião, que é de responsabilidade da Infraero, poderá ser ampliado. "Não temos problemas em alterar os contratos com as empresas de ônibus e aumentar também esse atendimento", conta Brandão.