Título: Hoje marginal, cana já foi mais relevante no Estado
Autor: Jurgenfeld, Vanessa
Fonte: Valor Econômico, 26/07/2007, Agronegócios, p. B11

O cultivo de cana, embora tenha se tornado marginal, já teve maior importância em Santa Catarina. Nos anos 40, o grupo Portobello, hoje conhecido pela fabricação de cerâmicas de revestimento, operava usinas no Estado por meio da Usati (Usinas de Açúcar Adelaide e Tijucas S/A). A cana era cultivada sobretudo em áreas das próprias usinas e houve até mesmo produção de álcool.

Segundo Hentschel, no total existiram três usinas no Estado, que conseguiram sobreviver graças a subsídios do governo federal, mas quando esses rarearam, não houve mais interesse pela atividade. A usina da Portobello foi vendida ao grupo Cosan, que chegou a operar com o refino de açúcar no Estado, mas parou em 2005, um ano após ter iniciado. Atualmente, a produção de cana em SC é feita em pequenas áreas de uma propriedade que tem cultivos diversificados, e sua produção tem mais relação com produção de açúcar mascavo, aguardente e nutrição animal. Há municípios que são reconhecidos por produção de aguardente, como é o caso de Luís Alves.

Para alguns, a cana virou moda e passou a freqüentar as rodas de discussão do Estado. Nem todos concordam com o possível sucesso do cultivo mais intenso. O vice-presidente da Federação Agrícola de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, tem feito palestras para desestimular investimentos de pequenos agricultores no etanol. Ele não vê chances para o pequeno produtor lucrar com isso. "Não temos clima. Em boa parte do Estado dá muita geada", diz. "Tem muito pequeno produtor sendo enganado por pouco esclarecimento". (VJ)