Título: Comgás investe R$ 40 milhões para levar gás a Santos
Autor: Rodrigues, José
Fonte: Valor Econômico, 27/07/2007, Empresas, p. B8

Um mercado potencial de 180 mil consumidores faz de Santos um município apto a substituir o gás de botijão pelo canalizado. As obras de instalação da primeira rede, em uma das maiores avenidas da cidade, a Afonso Pena, iniciadas ontem, integram o projeto de R$ 40 milhões que a Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) estima investir, em primeira fase, para instalar uma rede de atendimento de 344 quilômetros na cidade. Pelas estimativas da empresa, até junho de 2008, uma rede de 200 quilômetros estará concluída.

A Comgás chega a Santos, depois de ter idênticos serviços na Região Metropolitana de São Paulo, região de Campinas, Vale do Paraíba e em Cubatão, na Baixada Santista, perfazendo mais de 60 municípios e cerca de 600 mil consumidores. Serão usados tubos de propileno na maior parte da rede.

Segundo Carlos Eduardo Freitas Bréssia, diretor de relações institucionais da Comgás, a intenção da empresa, em Santos, é atingir, em maior grau, o consumo domiciliar. No cadastro de imóveis da prefeitura local, há 178.255 unidades com lançamento do IPTU. Para o prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, a nova modalidade de suprimento energético, pelo seu custo competitivo e por se tratar de uma "energia mais limpa", poderá atrair para a cidade novas empresas. Papa adiantou que pediu estudos à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), empresa municipal, para a substituição de óleo diesel utilizado na rede de transportes rodoviários da cidade por gás natural. Igual medida será indicada para aplicação em prédios municipais de modo geral, nos quais se incluem hospitais e centros esportivos. O aquecimento de águas de piscinas, por exemplo, poderá ter sua fonte energética trocada em favor do gás natural. Alguns novos prédios em Santos já contam com adaptações para a entrada desse tipo de gás.

Santos foi uma das primeiras cidades do país a contar com gás canalizado, a partir de 1870, em projeto tocado por capitais ingleses, que também estavam na energia elétrica e no transporte coletivo, por meio de bondes. Em 1967 ocorreram explosões do gasômetro que abastecia a cidade, à época sob a direção da Cidade de Santos Serviços de Eletricidade e Gás. A rede municipal foi desativada e a população passou a ser servida pelas novas empresas de gás engarrafado, o GLP. A nova modalidade utiliza o chamado gás natural, que procederá do campo de Merluza, na Bacia de Santos e da Bolívia, conforme os contratos da Petrobras.

Segundo a Comgás, o consumo médio domiciliar de sua rede é de 20 m³ por mês. A tarifa da empresa atribui para o consumo de 17,01 m³ a 40 m³ mensais um valor fixo de R$ 13,60, mais o variável de R$ 3,29 por m³ . Conforme as empresas do ramo, o poder calórico do gás liquefeito de petróleo (GLP), também conhecido como gás de cozinha, equivale a 28 mil Kcal/m³, enquanto o equivalente de gás natural é 9,4 mil Kcal/m³.