Título: Embraer busca fornecedor para novos jatos executivos
Autor: Nakamura, Patrícia
Fonte: Valor Econômico, 09/08/2007, Empresas, p. B7

Mesmo sem previsão de lançamento, ganham corpo os projetos da Embraer para a produção de dois novos jatos executivos. De acordo com o vice-presidente desse segmento dentro da empresa, Luís Carlos Affonso, a empresa já iniciou contatos com potenciais fornecedores de equipamentos, de forma a calcular os custos das novas aeronaves e construir o plano de negócios. "O projeto está sendo amadurecido, mas não temos certeza de que vamos investir de fato nos novos modelos", afirmou o vice-presidente, que também revelou que há uma equipe de tamanho "considerável" trabalhando no anteprojeto.

Os estudos estão concentrados em jatos do segmento "midsize" e "midlight" (de médio e pequeno portes), nichos de mercado que, de acordo com estimativas da Embraer, deverão mostrar o maior ritmo de crescimento nos próximos 10 anos, por conta da demanda por aeronaves de maior alcance, capazes de ir de um continente a outro.

Os midsize e os midlight vão responder por 22% dos 11 mil jatos que serão comercializados até 2016 e por 18% do faturamento da indústria de aviões executivos (algo em torno de US$ 170 bilhões). São mercados que também concentram poucos competidores - hoje Bombardier, Cessna, Gulfstream e Raytheon possuem produtos nessas categorias.

As vendas desses novos jatos deverão refletir no balanço da Embraer entre quatro e cinco anos após o anúncio dos projetos, coincidindo com a meta de, a médio prazo, fazer com que os jatos executivos representem 20% do faturamento da companhia. Affonso também não descarta a hipótese de desenvolver um terceiro jato executivo, de maior porte, a partir de uma plataforma inédita (e não por meio de adaptações de aparelhos da linha comercial). Dessa forma, a Embraer poderia encostar na líder do segmento, a canadense Bombardier, que possui hoje 28% do mercado global de jatos executivos.

A meta da Embraer é deter, entre cinco e dez anos, cerca de 30% do mercado mundial dos jatos "very light" e "light" (um dos mais competitivos da aviação executiva, mas de menor valor de venda), 15% do segmento "super médio" (a Embraer possui o jato Legacy, para até 16 assentos) e 15% a 20% no nicho do "ultra-grande", com o jato Lineage, produto com capacidade para até 19 passageiros que a empresa deverá lançar em 2009.