Título: CSN e Itaú captam US$ 325 milhões
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Fonte: Valor Econômico, 20/01/2005, Finanças, p. C3

A Companhia Siderúrgica Nacional inaugurou o mercado externo para as empresas brasileiras não-financeiras e emitiu US$ 200 milhões em títulos de vencimento em 2015 em apenas duas horas, em operação liderada pelo CSFB. O Banco Itaú S/A, por intermédio de sua agência de Grand Cayman, conseguiu US$ 125 milhões em títulos com vencimento de três anos, vendidos pelo próprio Itaú e pelo ABN AMRO. "Aproveitamos o momento favorável para o setor siderúrgico e a grande liquidez nos mercados financeiros internacionais", disse Octavio Lazcano, diretor-financeiro da CSN. "Não fizemos nenhum 'road show' e, em duas horas da operação aberta, conseguimos US$ 200 milhões com redução expressiva nos juros pagos pela CSN", disse José Olympio, responsável pela área de banco de investimento do CSFB. A operação da CSN foi uma reabertura de uma captação feita em setembro do ano passado, no total de US$ 200 milhões, em títulos de vencimento em janeiro de 2015 que pagaram cupom (juro nominal) e rendimento de 10% ao ano. Os papéis saíram, na época, a 100% do valor de face, portanto. Na emissão de ontem, o rendimento foi a 9,18%, com o preço subindo para 105,13% do valor de face. Os principais comprados dos títulos, segundo José Olympio, foram os investidores que compram papéis de mercados emergentes e outros especializados em eurobônus de maior rendimento. Com a captação, a CSN visa antecipar a obtenção de recursos de longo prazo para investimentos relevantes para a companhia, segundo Lazcano. Ele citou como exemplo os US$ 750 milhões que serão investidor na Casa de Pedra, uma mina própria de minério de ferro que vai ampliar a produção da empresa de 16 milhões de toneladas/ano para 40 milhões de toneladas/ano. A empresa tem hoje caixa líquido de nada menos do que US$ 1 bilhão. Já o Itaú lançou US$ 50 milhões em eurobônus de vencimento em três anos e acabou captando US$ 125 milhões com um cupom (juro nominal) de 4,375% ao ano e rendimento de 4,50% ao ano. "Voltamos ao mercado de eurobônus depois de ficar sem lançar esse tipo de título sem garantia por um ano e meio", informou Paulo Soares, diretor da área internacional do Banco Itaú. Além desse papel, o banco tem no mercado outros US$ 100 milhões em eurobônus que vencem em abril e outro US$ 1,5 bilhão em papéis com estruturas mais complexas. A operação do Itaú teve a participação do Bladex e do Banco do Brasil. Os papéis foram colocados junto a fundos diversos, "private banks" (pessoa física) e tesourarias de bancos. Parte da emissão foi vendida na Ásia.