Título: Bradesco lidera em repasses do BNDES
Autor: Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 21/01/2005, Finanças, p. C8

O Bradesco liderou em 2004, pelo segundo ano consecutivo, o ranking das instituições que mais repassaram recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Dos R$ 22,058 bilhões emprestados pelo banco estatal de forma indireta (55,1% do total) no ano passado, o maior banco privado do país foi responsável pelo repasse de R$ 3,19 bilhões, equivalentes a 14,5%. O estatal Banco do Brasil, maior banco do país, ficou também pelo segunda vez consecutiva com o segundo lugar, tendo repassado R$ 3,047 bilhões (13,8% do total). Em 2002, o Banco do Brasil foi o primeiro, o Unibanco veio em segundo e o Bradesco, em terceiro. O ranking dos dez maiores agentes do BNDES, mostra, ao lado de alguns dos principais bancos comerciais do país, como o BB, Bradesco, Unibanco, Itaú e Safra, uma forte presença de instituições especializadas em crédito para a compra de máquinas agrícolas e equipamentos de transporte. São os casos dos bancos CNH - ligado ao grupo Fiat e cujo nome vem das marcas de equipamentos agrícolas Case e New Holland -, DLL Brasil, do grupo holandês Rabobank, e o Banco DaimlerChrysler.

O Banco Santos, hoje sob intervenção do Banco Central, que em 2003 repassou R$ 818,1 milhões, ficando em sétimo lugar, aparece em 2004 com apenas R$ 20,6 milhões. O Unibanco ocupa o primeiro lugar no ranking dos agentes que atuaram repassando recursos para exportações, com US$ 301,16 milhões, seguido do BB (US$ 266,5 milhões), Bradesco (US$ 232,9 milhões) e Safra (US$ 203,8 milhões). O BNDES fez nos últimos dois anos uma forte redução no número de instituições financeiras credenciadas como agentes repassadores dos seus financiamentos. Elas já foram mais de 150, mas neste mês, segundo dados que constam do site do banco na internet, não passam de 85. No ano passado, 90 bancos fizeram operações como agentes do BNDES. Os financiamentos indiretos são aqueles de até R$ 10 milhões. Mas no caso das exportações, não há limite de valor. Há também casos especiais de operações indiretas, como o recente empréstimo de R$ 330 milhões para a CPFL Energia, intermediado por um consórcio liderado pelo Unibanco. Normalmente, o agente repassador assume o risco da operação, mas em troca, cobra do cliente um spread, em percentual negociado caso a caso, sobre as taxas do BNDES. A principal justificativa para o uso de uma rede de intermediação é o fato de o BNDES não dispor de uma rede de agências próprias.