Título: Emprego industrial fica estável em junho, após cinco meses de expansão
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Fonte: Valor Econômico, 14/08/2007, Brasil, p. A8

O mercado de trabalho na indústria ficou praticamente estável de maio para junho, com ligeiro recuo de 0,1% nas contratações, após cinco meses em expansão. Em relação a junho do ano passado, houve avanço de 2,1%. Com o desempenho de junho, o setor fecha o primeiro semestre de 2007 com alta de 1,6% nas contratações. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes).

De acordo com André Macedo, economista da coordenação de indústria do IBGE, o resultado de junho representa acomodação depois de taxas consecutivas de crescimento e confirma a expansão do emprego na indústria em 2007. "Mesmo com essa variação negativa na passagem de maio para junho, a leitura desse resultado é de acomodação, porque os resultados anteriores eram amplamente positivos. Nas outras comparações, os resultados ainda são plenamente favoráveis e atingem a maior parte dos locais e dos setores pesquisados", avaliou Macedo.

Segundo ele, no encerramento dos seis primeiros meses de 2007, os resultados do emprego são bastante positivos e acompanham a produção industrial, que também fecha o semestre com resultados muito favoráveis.

Segundo o IBGE, no primeiro semestre deste ano todos os locais pesquisados registraram crescimento no emprego industrial, com exceção do Rio Grande do Sul, onde houve redução de 1,7% no saldo de contratações, por causa das dificuldades encontradas no segmento de calçados e couro.

No cenário nacional, a expansão no emprego na indústria alcançou 12 dos 18 segmentos pesquisados. A indústria de bebidas e alimentos, que tradicionalmente reúne maior número de trabalhadores, respondendo por 20% do emprego industrial, foi a principal responsável pela ampliação no mercado de trabalho no setor no semestre. Neste período, a atividade teve aumento de 5,3% no pessoal ocupado.

Outros segmentos, onde o emprego cresceu foram produtos de metal (5,7%), indústria automobilística (4,7%) e máquinas e equipamentos (4,3%). Segundo Macedo, eles são justamente os que tiveram melhor desempenho na produção no período.

O valor real da folha de pagamento da indústria nacional cresceu 0,2% em junho, invertendo a direção apurada um mês antes, de baixa de 0,7%. O resultado leva em conta ajuste sazonal. Na comparação com junho de 2006, houve elevação de 4,6%, mesma taxa registrada na primeira parte deste ano. Em 12 meses, verificou-se acréscimo de 3,2%.

Na comparação com igual período de 2006, as taxas ficaram positivas em todas as regiões pesquisadas, especialmente São Paulo (3,3%), em razão de produtos químicos (19,2%), meios de transporte (5,4%) e metalurgia básica (12,3%).

Em relação a junho de 2006, 12 dos 18 segmentos industriais analisados tiveram elevação real na folha de pagamento em junho deste ano. As maiores influências positivas foram provenientes de produtos químicos (14,5%), alimentos e bebidas (6,2%), indústria extrativa (19,0%) e meios de transporte (4,9%). Em sentido inverso, , figuraram papel e gráfica (-5,2%), borracha e plástico (-3,7%) e madeira (-8,9%). (Agências noticiosas)