Título: Marta volta a descartar candidatura
Autor: Agostine, Cristiane e Moreira, Ivana
Fonte: Valor Econômico, 14/08/2007, Política, p. A10

A ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), descartou ontem a possibilidade de concorrer à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2008. Porém, afirmou que é possível disputar o governo do Estado em 2010. "Isso (2010) a gente pode avaliar", afirmou a ministra, que ontem participou de um seminário sobre turismo na Assembléia Legislativa de São Paulo.

Sobre o nome que o PT poderia lançar para a Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy disse que isso terá que ser avaliado pelo partido.

"O partido vai ter que se debruçar em qual candidato ou coligação é mais interessante. Não penso em nomes. Será uma decisão partidária", disse Marta.

Na avaliação de Marta, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) não ficou desgastado com o episódio da última eleição - quando um assessor foi flagrado com dinheiro para comprar um dossiê contra tucanos - e disse que o petista seria uma opção viável para concorrer à prefeitura paulistana. "Ele é um ótimo senador", comentou.

Segundo pesquisa Datafolha publicada na edição de ontem da "Folha de S. Paulo", Marta ficou em segundo lugar com 24% das intenções de voto. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) lidera com 30% da preferência dos eleitores paulistanos. "Agradeço aos eleitores que me indicaram na pesquisa que a 'Folha' fez, mas quero reiterar que não sou candidata (a prefeita)", ressaltou a ministra.

Em Belo Horizonte, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ressaltou ontem o crescimento do prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, na pesquisa Datafolha. O governador paulista fez questão de afirmar que PSDB e DEM estarão juntos na disputa pela Prefeitura de São Paulo. "Vai haver aliança", afirmou. Como será essa aliança, informou, é assunto para ser discutido mais à frente.

Apesar de reticente sobre os efeitos da pesquisa, José Serra disse que viu os números de seu antecessor e candidato derrotado à Presidência da República, Geraldo Alckmin - que lidera a corrida pela prefeitura paulistana em 2008 - com satisfação.

Alckmin foi cauteloso e não assumiu candidatura em 2008 nem comentou a pesquisa Datafolha. Mas ao falar sobre a importância das próximas eleições municipais para o PSDB, deu um recado claro: "Ano passado foi na trave, mas no ano que vem será de goleada."

O ex-governador participou ontem de seminário promovido pelo partido em Belo Horizonte, para discutir modelos de gestão. Presente ao mesmo evento, o ex-presidente de República Fernando Henrique Cardoso destacou o fato de que Alckmin nunca se colocou como candidato. Mas garantiu que, se o fizer, terá o apoio do partido.

"O Alckmin já mostrou que é forte, que é bom", declarou o ex-presidente. Fernando Henrique evitou polemizar sobre o desempenho do atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM) e disse que pesquisa é retrato de um momento. E o que o momento mostra, segundo ele, é que os adversários do PSDB em São Paulo "não estão com nada".

A mesma cautela foi exibida por Kassab. Presente à solenidade do anuário "Valor 1000", o prefeito de São Paulo, o prefeito disse estar " muito gratificado " com a pesquisa, mas evitou falar abertamente de sua candidatura a um eventual segundo mandato. " É bastante estimulante ver a população aprovando a administração ou demonstrando simpatia. Isso me deixa bastante estimulado para dar continuidade ao trabalho " , disse, bastante otimista. Entretanto, quando questionado sobre a tentativa de reeleger-se, ele muda o tom: " Não existe a menor hipótese de falar de candidatura neste momento. É uma discussão de âmbito partidário e é muito precoce falar disso agora " , afirmou por diversas vezes. " Sou líder partidário e essa discussão não existe " , ressaltou.

Apesar de ter sua candidatura apoiada por Serra, Kassab tergiversou sobre a possibilidade de sair candidato pela chapa PSDB-DEM, e rechaçou a possibilidade de haver duas candidaturas, uma de cada partido. " O momento é de governar a cidade. Tive a honra de continuar o trabalho de Serra e procuro dar seqüência às propostas dele " , afirmou. Para Kassab, a vinculação direta de sua imagem com a de Serra não é ruim. " Se tiver vínculo para mim é bom. É uma honra muito grande para mim " . O prefeito disse que não tem " preocupação em firmar sua imagem " longe da de Serra nem de firmar seu nome. (Com agências noticiosas)