Título: Requião quer ser majoritário em usina
Autor: Marli Lima
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2005, Empresas &, p. B3

A Copel terá participação majoritária na Usina Termelétrica de Araucária, confirmou, ontem, o governador do Paraná, Roberto Requião. Ele esteve reunido por mais de uma hora com a diretoria da El Paso - os atuais controladores da usina - e a ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, acertando os detalhes do negócio. "A Copel não pode ser minoritária. Mas estamos fazendo uma proposta para não excluir a El Paso", disse Requião. A usina tem capacidade de 400 megawatts. Hoje, a El Paso possui 60% da Araucária, enquanto a Petrobras e a Copel detêm 20% cada. O governo estadual quer que a Copel fique com pelo menos 51%. É o mínimo necessário para "consertar" a empresa, disse Requião. Os 49% restantes seriam disputados pela Petrobras e El Paso. Segundo Requião, a El Paso pode ficar minoritária ou sair totalmente da usina. A negociação tem de ser concluída em duas semanas, afirmou o governador. Ele pretende que a Copel participe da próxima rodada de licitação de gás natural prevista para março. Se não houver acerto, o governo poderá ingressar na Justiça, advertiu Requião. O preço a ser pago pela Copel ainda não está definido. A El Paso investiu US$ 120 milhões na Araucária, disse o governador. "Mas a usina nunca funcionou", criticou. De qualquer forma, o preço pago pela El Paso será levado em consideração na oferta da Copel. A Petrobrás também participará das negociações por causa do contrato de fornecimento de gás com a Bolívia. Requião criticou o fato de o contrato da estatal com os bolivianos obrigar a aquisição de quantias pré-determinadas, mesmo quando não há necessidade de ampliar o abastecimento. Ele também questionou o preço do gás boliviano: "É muito caro". O governador do Paraná saiu contente ao final do encontro com a ministra e diretores da El Paso. Ele acredita na possibilidade de fechar a negociação para permitir a entrada em funcionamento da Araucária nas próximas semanas. "Enfim, há luz no fim do túnel", comemorou. Requião criticou ainda a decisão da Aneel de proibir a venda de energia da Copel Geradora para a Copel Distribuidora. "É o fim do mundo", atacou o governador. Ele disse que o caso está sendo discutido na Justiça que já deu o aval para este tipo de operação. "Isso mostra a velocidade da Aneel", ironizou.