Título: Caemi define investimento de US$ 142 milhões
Autor: Vera Saavedra Durão
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2005, Empresas &, p. B5

A Caemi, quarta mineradora de ferro do mundo, controlada pela Cia. Vale do Rio Doce (CVRD), vai investir US$ 141,8 milhões em 2005, valor 68% acima do desembolsado em 2004. Os investimentos correntes programados para o ano vão absorver US$ 98,1 milhões e os de capital, US$ 43,7 milhões. Até setembro de 2004, a empresa obteve faturamento bruto d e R$ 2,4 bilhões, lucrou R$ 455,7 milhões e resultado operacional (Lajida) de R$ 1 bilhão. O novo orçamento, divulgado ontem, vai destinar a maior parcela dos recursos - US$ 116,8 milhões -, à expansão da capacidade de produção da MBR, produtora de ferro da Caemi, que em 2004 superou 40 milhões de toneladas. O maior cliente da MBR é a China, que em 2004 previa comprar 11 milhões de toneladas. Em segundo lugar aparecem as usinas japonesas, com 5,5 milhões de toneladas de minério. Em 2004, a MBR encerrou seu ciclo de ampliação de novas minas de Tamanduá, Capitão do Mato e Capão Xavier. A mina de Capão Xavier, última desse ciclo a ser aberta, entrou em operação em meados do ano, apta a extrair 8 milhões de toneladas ao ano. A idéia da direção da Caemi é ampliar a produção, hoje na faixa de 41 milhões de toneladas, para cerca de 45 milhões ao ano só com "otimizações de suas minas", conforme previsão da direção da Caemi no fim de 2004. O segmento de caulim, segunda área de negócios da empresa, vai contar com US$ 24,9 milhões, dos quais metade para a Cadam e outro tanto para a Pará Pigmentos S.A., comprada da Vale no ano passado. A Cadam vai investir em programas de extração e beneficiamento de minério e otimizar a logística de estocagem e embarque. A PPSA vai usar US$ 4,3 milhões dos recursos para concluir a estação de tancagem nos Estados Unidos, visando atender a demanda de caulim líquido ("slurry") do mercado americano. O orçamento de 2005 não contempla ainda os recursos estimados de US$ 350 milhões para o projeto de construção de uma planta de pelotização da MBR para produzir 6 milhões de toneladas ao ano desse produto, com alto valor agregado. Mas, segundo a nota da companhia, poderá ser fixado um novo valor para os investimentos em capital (investimento fixo), caso o estudo de viabilidade da pelotizadora fique pronto e seja aprovado ainda este ano pela direção da Caemi. O projeto da pelotizadora foi concebido com vistas a aproveitar a demanda aquecida por minério e pelota no mercado internacional. Na avaliação das companhias mineradoras de ferro, esse cenário poderá permanecer até 2007. Se o preço do minério de ferro for reajustado em 90%, como propõe a CVRD, a tonelada da pelota de ferro pode superar os US$ 70, ante uma cotação atual de US$ 40. A Caemi também trabalhava com planos de se tornar dona da MBR, comprando as ações em poder dos sócios minoritários da empresa, que são companhias japonesas, que detém 10% do seu capital. Os restantes 90% são divididos entre Caemi (85% ) e CVRD ( 5%). No ano passado, foram iniciadas conversas neste sentido, mas os sócios nipônicos até agora descartam vender as ações da MBR em seu poder para a Caemi.