Título: Itaú lança título indexado ao CDI com prazo de cinco anos
Autor: Angelo Pavini
Fonte: Valor Econômico, 25/01/2005, EU &, p. D1

De olho no interesse maior dos investidores, o Itaú lançou um CDB com prazo de cinco anos corrigido pela variação do juro diário do CDI. Segundo Lavinia Junqueira, superintendente de Estruturação e Produtos, o CBD-DI é um produto que já existia, mas em prazos menores. No ano passado, o prazo médio era de até um ano e, a partir de outubro, passou para três anos. "Agora, 60% das emissões estão saindo por cinco anos", diz. O CDB-DI é um papel emitido pelo Itaú, que se compromete a recomprá-lo em até cinco anos. Ele tem liquidez diária, o que quer dizer que o investidor pode resgatá-lo a qualquer momento, recebendo um percentual do CDI fixado no momento da aplicação. A taxa varia de acordo com as condições diárias de mercado e a negociação com o gerente. Valores menores, a partir de R$ 100,00, podem conseguir taxas em torno de 70% do CDI. Já para R$ 10 mil, o aplicador pode conseguir cerca de 80% do CDI. E R$ 100 mil, acima de 90%. Hoje o Itaú já tem cerca de R$ 100 milhões aplicados em CDB-DIs. Lavinia lembra que o Itaú tem outros tipos de CDBs, além do CDB-DI e dos prefixados. Entre eles, o bi-indexado, que mistura duas taxas, uma prefixada com IGP-M ou pré com CDI. O investidor ganha a que for maior. A aplicação mínima é de R$ 10 mil e o prazo, um ano. Mas esse CDB só está disponível para os clientes de alta renda, Personnalité ou private. Lavinia lembra também que apenas o CDB-DI garante o resgate antecipado sem perdas. Entre os bancos menores, também há a busca por estruturas alternativas para atrair os clientes. O Banco Luso Brasileiro tem há alguns anos um CDB que paga ao investidor até 120% do CDI se ele ficar com o dinheiro aplicado por cinco ano. Se resgatar antes, recebe um percentual menor. Aplicações a partir de R$ 20 mil (dentro portanto do fundo garantidor de crédito) podem atingir remuneração de 110% do CDI. Edinardo Figueiredo, responsável por produtos de varejo do ABN Amro, diz que o CDB tem chances de repetir a boa captação neste ano, devido à maior complexidade da tributação sobre os fundos. Ele lembra que o o investidor de CDB é mais preparado, consulta três ou quatro bancos antes de fechar a aplicação e negocia as taxas. Já alguns gestores de fundos lembram que os CDBs têm uma desvantagem, que é a data de vencimento, a partir da qual recomeça a contagem de 24 meses para a alíquota de 15%. Os fundos não têm esse vencimento e permitem resgates parciais. (A.P.)