Título: Arrecadação federal tem alta real de 10%
Autor: Galvão, Arnaldo
Fonte: Valor Econômico, 22/08/2007, Brasil, p. A6

A arrecadação federal em julho, incluindo receitas previdenciárias, foi de R$ 50,40 bilhões, valor recorde para o mês. O aumento real sobre o mesmo mês no ano passado, considerando o IPCA, foi de 12,16%. O resultado levou o total da arrecadação, entre janeiro e julho, a R$ 332,83 bilhões, maior valor da série histórica para o período. O crescimento real nos sete meses foi de 10,34%.

A arrecadação dos dois tributos sobre o lucro das empresas - Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) - tiveram bom crescimento. De janeiro a julho, o IRPJ arrecadado foi de R$ 40,74 bilhões (crescimento real de 14,03%). Na CSLL, o aumento real foi de 13,79%, com total arrecadado de R$ 19,98 bilhões.

O secretário adjunto da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, justificou essas variações no IRPJ e na CSLL ao forte crescimento da lucratividade na indústria e em vários outros segmentos no primeiro semestre deste ano. Estudo da consultoria Economática , citado pela Receita Federal , mostra que, no primeiro semestre, houve aumento médio de 37% no lucro das empresas de capital aberto.

Os segmentos que mais contribuíram para o salto de arrecadação foram serviços financeiros, fabricação de veículos, telecomunicações, seguros, previdência complementar/planos de saúde e eletricidade.

O bom desempenho da indústria neste ano - a produção do setor cresceu 4,8% no primeiro semestre, segundo o IBGE - também impulsionou o aumento real de 16,83% na arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). No item "outros", que desconsidera fumo, bebidas, automóveis e importação, o governo federal arrecadou R$ 8,10 bilhões de janeiro a julho. Bens de capital, veículos automotores e metalurgia foram os segmentos industriais que mais aumentaram a produção.

Nos sete primeiros meses, a arrecadação do IPI sobre automóveis chegou a R$ 2,70 bilhões. O crescimento real foi de 12,01%. Isso ocorreu, segundo a Receita, pelo aumento de 21,5% nas vendas no mercado interno no período.

A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) - tributo cuja cobrança o governo quer prorrogar até 2011 -, trouxe aos cofres federais R$ 20,53 bilhões de janeiro a julho. Isso significa aumento real de 11,3% sobre igual período no ano passado. (AR)